Treinador tem identificação com o clube dentro e fora das quatro linhas
Vagner Mancini já estava na história do Ceará por ter sido um dos poucos a conquistar títulos como jogador e técnico. E neste sábado (6), ele voltou a entrar na história do Vozão ao conquistar o 2º título como treinador, o 46ª Estadual da história do clube, e de forma marcante, impedindo um hexacampeonato do rival Fortaleza. O primeiro título dele foi em 2011.
“Estive aqui como jogador em 2002. Fui capitão e campeão cearense. Em 2011, tive essa alegria de ser campeão como treinador. Voltar ao Ceará é motivo de orgulho, a possibilidade de fazer parte de um grande projeto. Para mim, estrutura e planejamento se resumem a pessoas. Construir isso é um desafio e me encoraja. O diferencial será o torcedor jogando junto com a gente para buscarmos as conquistas”, disse o treinador, ao chegar em 2023.
O título conquistado por Mancini é de certa forma uma volta por cima do treinador e um título que tem a assinatura dele. Afinal, ele chegou na Série B do ano passado praticamente já sem chances de acesso. E com a equipe ficando no meio da tabela, Mancini iniciou o planejamento de reformulação do elenco até a chegada do executivo Lucas Drubscky e coordenador de futebol João Paulo Sanches.
O elenco foi montado de acordo com as características pedidas pelo treinador, com o Vovô realizando uma campanha sólida desde o início, com o treinador achando uma formação consistente para superar o Fortaleza rival de Série A.
Para chegar ao título, o treinador montou uma equipe aguerrida, com muita velocidade na transição para o ataque. Com destaque para o meio campo formado por Richardson, Lourenço e Guilherme Castilho (ou Mugni), o Ceará era vertical, com a bola chegando à frente para Erick Pulga, Aylon e Saulo (ou Barceló) brigarem na frente.
A defesa ganhou solidez ao logo da campanha, com Richard no gol após lesão de Fernando Miguel, Matheus Felipe e Ramon Menezes na zaga, e com laterais participativos na frente, como Raí Ramos e Matheus Bahia.
Ao ser campeão, Mancini declarou, emocionado: "É difícil falar, mas é bom falar... Diante de uma equipe forte que vem jogando Série A há muitos anos, esse título é importante por tudo o que tem acontecido no clube este ano. Mudamos coisas importantes que foram significativas para o título. Nós tínhamos a certeza, óbvio que dentro das possibilidades, que o título seria nosso. Nós enfrentamos o Fortaleza pela quarta vez e em todos os jogos tivemos ligeira vantagem"
Primeira passagem como técnico
A primeira passagem de Mancini pelo Ceará como treinador foi em 2011, marcante por se tratar de um time que ganhou o carinhoso apelido de “Carroça Desembestada”. Este time, que estava na Série A do Campeonato Brasileiro, foi campeão cearense arrastão e semifinalista da Copa do Brasil.
Uma das partidas mais mancantes da Era Mancini como treinador do Ceará foram os confrontos contra o Flamengo pelas quartas de final da Copa do Brasil. O Fla treinado por Luxemburgo e com nomes como Tiago Neves e Ronaldinho Gaúcho, foi eliminado pelo Vozão. O Ceará venceu por 2 a 1 no Engenhão, gols de Geraldo e Nicácio, e empatou no PV lotado, com dois gols de Washington.
O time base comandado por Mancini era: Fernando Henrique, Boiadeiro, Erivelton, Fabrício e Vicente; Michel, João Marcos, Thiago Humberto e Geraldo; Washington e Iarley (Osvaldo).
Como jogador
Como atleta, Mancini era volante e teve duas passagens pelo Ceará: em 2002, ele era uma das referências técnicas no meio-campo de um time com o goleiro Magrão e os atacante Mota e Sérgio Alves.
O Ceará foi campeão cearense em cima do Fortaleza, com Mancini deixando a marca dele em um Clássico-Rei no 3º turno.
Na segunda passagem em 2004, Mancini voltou ao Vovô e disputaria mais um final de Cearense pelo clube, mas os jogos não aconteceram por disputas no Tribunal com o Fortaleza.
Somando as duas passagens, Vagner Mancini fez 27 jogos pelo Ceará, marcando 9 gols.