Boicotes e protestos se espalham pelo esporte contra o racismo

Violência policial contra mais um negro nos EUA motivou manifestações

Legenda: Banner com a frase "Black Lives Matter" é fixado na frente da Arena de jogos da NBA, na Flórida

As manifestações em torno da ação policial violenta contra o negro Jacob Blake, de 29 anos, nos Estados Unidos, ganharam proporções enormes nos últimos dias. E, mais uma vez, o esporte não ficou de fora. Na última quarta-feira, os jogadores da NBA boicotaram a rodada da competição e levantaram a possibilidade de não aceitarem mais jogar o restante das partidas. No entanto, decidiram retomar a disputa do campeonato.

Para chegar a um consenso, os atletas fizeram duas reuniões. Todos chegaram à conclusão de que a volta do esporte ofereceria uma plataforma de discussão sobre o racismo. Ainda haverá uma conversa com os donos das equipes e com os executivos da NBA sobre como ampliar essa plataforma. Os jogadores querem que a conclusão do campeonato não seja meramente um compromisso esportivo, mas um manifesto social, como era o plano desde que a competição foi retomada após a primeira interrupção.

As atletas da WNBA também protestaram e boicotaram a última rodada. Jogadoras de Washington Mystics, Atlanta Dream, Los Angeles Sparks, Minnesota Lynx, Connecticut Sun e Phoenix Mercury se reuniram e decidiram não entrar em quadra. Todas vestiram camisas brancas com o nome de Jacob Blake e marcas em vermelho em alusão aos tiros que o atingiram.

As manifestações se seguiram por outros esportes, como o futebol e o beisebol, que também tiveram boicotes. A ATP e a WTA suspenderam todos os jogos de tênis previstos para ontem no Torneio de Cincinnati, nos EUA. "Como esporte, o tênis está assumindo coletivamente uma postura contra a desigualdade racial e a injustiça social", indicou a ATP, em nota.

Na Fórmula 1, o piloto inglês Lewis Hamilton também se manifestou apoiando os protestos realizados até agora. "Não sei se faremos algo especial para a corrida. Mas precisamos conversar para ver o que fazer para aumentar a conscientização sobre essa batalha", afirmou.


Assuntos Relacionados