Maternidade sem filtro: o relato da Monica Koren

A série #mãesqueinspiram traz a experiência da Monica Koren, mãe de cinco filhos.

Escrito por Redação SISI ,
Foto: Artes: Felipe Teixeira (Jamal)

Monica Koren, 45, consultora de aromaterapia, escritora e professora de kaballah. Mãe do Joshua, 16 anos, Esther, 14 anos, Rebeca, 11 anos, Rachel, 8 anos e Benjamin, 4 anos. 

 

"A Monica antes da maternidade era alguém que tentava se encontrar de todas as formas. Depois da maternidade, me descobri como uma pessoa inteira, me encontrei e me torno cada dia mais verdadeira comigo e com meus filhos. Digo que a maternidade foi meu ponto de partida para o autoconhecimento, para eu ter coragem de me olhar verdadeiramente, de me aceitar e de melhorar a cada dia. 

Quando nos tornamos mãe, as prioridades mudam, as urgências passam a ser relativas, tudo o que você programa na noite anterior precisa ser adaptado na manhã seguinte, de acordo com a necessidade de cada um dos filhos, para que cada um desse núcleo familiar posso ter um bom desenvolvimento naquele dia. 

O que não me contaram e que eu fui descobrindo sozinha foi que nós não ensinamos os filhos, eles que nos ensinam. Até que possamos melhorar nossas deficiências, eles nos testam 24 horas por dia, sete dias por semana. Não me contaram que eles adoecem se não entendemos que precisamos nos libertar de padrões antigos. A gente acha que morre por um filho, mas eles adoecem para nos libertar de padrões que já não nos servem mais". 

A singularidade de cada filho 

"Temos 5 filhos únicos. Cada um, com uma missão e com desafios distintos. Nosso papel, como pais, é sermos as margens de um rio, deixando-os correrem livremente por seu curso. 

Todos os dias, tento suprir suas demandas emocionais, para que entendam quem são no mundo, e fortalecê-los, para que possam ir um passo além sempre.  

Nesta pandemia, passamos por uma fase de mudança que requereu maior dedicação, um olhar mais cuidadoso. Porém, foi um momento de muita aproximação e de rever o que importa e o que não importa. Tivemos noites de cozinharmos, jogarmos e de assistirmos juntos. Foi um momento dos mais velhos ajudarem os mais novos no banho, na dormida, enquanto organizava a cozinha. 

O legado que quero deixar para eles é que não importa de onde se vem ou se que o que recebeu não era exatamente o que precisava, mas que você será sempre um reflexo de suas escolhas. Portanto, todas as escolhas contam. Pretendo ensiná-los a escutar seus próprios desejos internos. Que eles possam escolher o que é certo para o coração deles".  

Maternidade real 

"Acho a maternidade a coisa mais feminina do mundo. Acredito que o papel da mulher vai muito além de estarmos lindas por fora. Nosso papel é de conquistar a paz no lar. De construir um ambiente onde todos desejam recuperar as forças e energias. Um ambiente de amor e pertencimento.  

Minha vida é totalmente natural e sem filtro. Não sou de me maquiar e me arrumar para foto. Eu sou mãe de ficar em casa e de cozinhar com meus filhos. Sei que cada fase, passa rápido, por isso, meu recado para outras mães ou para quem quer ser mãe é que vale a pena, um beijo molhado do filho, uma noite agarrado a ele que dê conforto a esse pequeno coração, valem tanto a pena! Eles precisam saber que importam e que são amados sempre! E que depende de nós, mães, um mundo melhor ou pior amanhã, dependendo da geração que nós criarmos".