Oruam se entrega à polícia após confusão envolvendo policiais

"Estava muito nervoso", disse o cantor em publicação nas redes sociais

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Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 19:30)
Legenda: Processo contra Oruam corre em segredo de Justiça
Foto: Reprodução / Redes sociais

O rapper Mauro Davi Nepomuceno, mais conhecido como Oruam, se entregou à polícia no começo da noite desta terça-feira (22), após se envolver em uma confusão com policiais em sua casa, no bairro de Joá, Zona Oeste do Rio de Janeiro. "Estava muito nervoso com tudo o que aconteceu", disse ele mais cedo.

Oruam é investigado por tráfico de drogas e associação para o tráfico, segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro. A decisão de prendê-lo foi dada após um ataque durante a madrugada de segunda, quando policiais civis tentaram apreender na casa do artista um adolescente suspeito de ser segurança de um líder do Comando Vermelho. 

Segundo a defesa do rapper, não foram encontradas drogas ou produtos ilícitos durante as buscas realizadas na casa de Oruam. Ainda conforme o comunicado, a resistência por parte do artista aconteceu devido a abuso de autoridade por parte dos agentes. Os advogados também afirmam que a corporação é preconceituosa.

Mais cedo, em publicação nas redes sociais, o próprio Oruam admitiu a confusão, alegando que atirou pedras porque os policiais apontaram armas contra ele e os amigos. "Vou me entregar, tropa. Não sou bandido. Desculpa aí todo mundo que acha que errei. Vou dar a volta por cima e vou vencer através da minha música. Ontem eu estava muito nervoso com tudo que aconteceu", disse ele.

Equipes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) cercaram a casa de Oruam, pois estavam nas buscas de um adolescente identificado como segurança de Edgar Alves de Andrade, o Doca, um dos líderes da facção Comando Vermelho (CV).

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Quando o suspeito saiu da casa do cantor, ele foi abordado pelos agentes que estavam em um carro descaracterizado. Instantes depois, Oruam e mais oito pessoas passaram a atacar os policiais lançando pedras e proferindo xingamentos.

Um dos homens que participou do ataque voltou para dentro do imóvel e foi perseguido pelos policiais e o prendeu em flagrante. Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, o jovem que estava na residência do artista também é um dos fundadores da Equipe do Ódio, um grupo ligado ao CV.

O Ministério Público do Rio havia pedido a prisão temporária (30 dias) do rapper, mas a juíza Ane Cristine Scheele Santos entendeu que era o caso de prisão preventiva (sem prazo determinado). O processo contra Oruam está em segredo de Justiça.

Ligado ao Comando Vermelho

A Polícia Civil do Rio de Janeiro diz que Oruam estaria ligado a traficantes do Comando Vermelho (CV), pois seu pai, Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, é apontado como um dos principais líderes da facção, e cumpre pena em penitenciária federal, de onde comandaria o tráfico.

Durante entrevista ao jornal Bom Dia Rio, da TV Globo, o secretário da PCERJ, Felipe Curi, se refeiru a Oruam como “um criminoso faccionado, ligado à facção criminosa Comando Vermelho”. “Se alguém tinha dúvida se era uma marginal ou um artista periférico, está claro: é um marginal”, afirmou o delegado.

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