'Lovezinho' é tirada do ar após falta de acordo entre editoras de Nelly Furtado e Treyce; entenda

Hit do Carnaval e sucesso nas redes sociais, música usa a melodia de “Say it right", da cantora canadense com Timbaland

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Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 08:42)
Legenda: A canção foi retirada dos tocadores oficiais, como Spotify e Deezer, além de ter o clipe oficial removido do YouTube
Foto: reprodução/redes sociais

Hit do Carnaval deste ano e sucesso nas redes sociais, a música "Lovezinho" foi tirada do ar após as negociações sobre os direitos autorais não chegarem a um acordo entre os produtores de Nelly Furtado e os brasileiros. A canção, de autoria do compositor WK e interpretada por Treyce, usa a melodia de “Say it right", da cantora canadense com Timbaland. 

A Sony Publishing, que representa a artista internacional, queria 100% da autoria da obra, além de cobrar uma multa de cerca de R$ 200 mil pelo uso sem autorização, conforme informações do portal G1

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No entanto, a proposta dos brasileiros oferecia uma porcentagem menor, de 30% dos direitos autorais, o que não foi aceito. Devido ao impasse, a canção foi retirada dos tocadores oficiais, como Spotify e Deezer, além de ter o clipe oficial removido do YouTube. 

O que aconteceu?

"Lovezinho" virou tendência nas plataformas sociais, ganhando repercussão e chegado até Nelly Furtado, que em fevereiro publicou um vídeo fazendo a coreografia atribuída à música, criada pelo influenciador Xurrasco.

No mês seguinte, a produtora dela entrou com o processo contra os brasileiros, já que a composição da melodia é de autoria dela e outros produtores norte-americanos, como Timbaland e Danja.

Segundo as regras sobre direitos autorais, WK deveria ter acordado a autorização de uso da canção antes de lançar o hit.  Devido a isso, a Sony cobrou estes direitos e eles iniciaram a negociação.

Como foram as propostas? 

Ao G1, Vinícius Pinheiro, consultor da EM Publisher, que representa o produtor WK, explicou que, inicialmente, pretendia oferecer 20% dos direitos à Sony. O percentual era o mesmo acordado entre o cantor inglês James Blunt no caso do forró "Coração Cachorro", o que alimentou a expectativa dos brasileiros. No fim, o brasileiro fechou a proposta em 30%. 

No entanto, a editora da artista internacional não aceitou e cobrou os 100% sobre a autoria. 

O fato de propormos 100% do autoral [para os autores de "Say it right"] não é arbitrário. É super comum em caso de versões. Em 'Festa no apê', do Latino, por exemplo, [versão da música romena 'Dragostea Din Tei'], ele não ficou com nada autoral, mas conseguiu a liberação da música e fez sucesso com ela", explicou o diretor jurídico da Sony Music, José Diamantino.

Com quem está a verba arrecadada? 

O dinheiro arrecado sobre a parte autoral de "Lovezinho" nunca foi distribuído, devido à disputa. A quantia está parada no Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD) e nas plataformas de streaming, até a resolução do caso. 

No entanto, nem todo o valor gerado ficou congelado. Por ser intérprete da música, Treyce recebeu a parte não-autoral, além de outros rendimentos.

'Lovezinho' ficará disponível novamente? 

Apesar da falta de acordo entre as partes, o representante da Sony explica que o objetivo não era tirar a canção do ar e que a editora continua aberta para um acordo. "A gente não pode aceitar é esse 'vamos conversando' enquanto a música toca e gera dinheiro", detalhou ao G1

Já Vinícius assume que não sabe o futuro do hit. "Estamos conversando para saber qual é a medida. Não é que desistimos, mas estamos avaliando".   

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