OMS: Fim de isolamento social deve ser gradual, lento e controlado
Antes de um estado ou cidade revogar medidas de isolamento social devido à pandemia, é preciso seguir etapas como a redução sustentável no número de casos, de internações e a normalização do sistema de saúde
Quando acabará o isolamento social? A questão martela na cabeça de bilhões de indivíduos confinados pelo mundo devido à pandemia do novo coronavírus. Nos EUA, país com maior número de infectados e mortos pela Covid-19, os especialistas consideram a pergunta do "quando" inapropriada. O recomendado é indagar "como" saberemos quando vamos reabrir o país e a economia. A Organização Mundial da Saúde (OMS) desaconselha o fim da quarentena ou afrouxamento das medidas de isolamento social sem a observação de uma sólida tendência de redução nos números de infectados e mortos.
Um relatório científico realizado pelo American Enterprise Institute, um centro de estudos sediado em Washington, D.C., capital norte-americana, está servindo para guiar os debates sobre as condições mais seguras para relaxar o distanciamento social crucial para conter a proliferação do vírus.
O documento enfatiza a necessidade de redução dos casos de contaminados por pelo menos 14 dias, além de um monitoramento de parentes e amigos de pacientes, bem como a garantia de um atendimento de saúde a todos os indivíduos que apresentem sintomas, além da disponibilidade de testes para detecção da Covid-19 em larga escala.
A primeira onda de infecções pelo novo coronavírus ainda não terminou nos Estados Unidos, mas especialistas advertem que uma segunda onda atingirá o país se o retorno à normalidade for muito rápido ou se acontecer a partir de maio, como espera o governo de Donald Trump.
O debate se assemelha ao que aconteceu na Europa, onde o governo espanhol autorizou na segunda-feira passada a retomada parcial do trabalho, enquanto o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou a prorrogação da quarentena obrigatória para o próximo 11 de maio.
Recessão
A pandemia parece que começa a retroceder na Europa. Diante dessa situação, vários governos europeus começaram a suspender parcialmente as medidas de contenção, a fim de retomar as atividades e mitigar as consequências econômicas da pandemia que, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), podem ser ainda piores do que as da Grande Depressão de 1929. A instituição prevê uma contração econômica global em 2020 de 3%.
Ante o início da suspensão progressiva das medidas, sob a pressão da necessidade de reativar a economia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu aos países que não baixem a guarda até a obtenção de uma "vacina segura e eficaz", com o objetivo de evitar novos surtos.
"As medidas devem ser retiradas lentamente e com controle", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que pediu um "equilíbrio" entre a proteção da população e a retomada da economia.
Vacinas
Segundo a OMS, há atualmente 70 vacinas para o novo coronavírus em desenvolvimento no mundo, sendo três candidatas já sendo testadas em humanos. O progresso das pesquisas ocorre em uma velocidade sem precedentes.
O laboratório CanSino Biologics, em Hong Kong, e o Instituto de Biotecnologia de Pequim, estão com o processo clínico mais adiantado. Segundo a OMS, as americanas Moderna e Inovio Pharmaceuticals também estão testando, separadamente, vacina contra Covid-19 em humanos.
Trump pune OMS
Donald Trump suspendeu, nessa terça, o financiamento dos EUA à OMS. Ele reclama que a organização tem viés pró-China e deu orientação equivocada sobre a pandemia.
Creches da Dinamarca
A Dinamarca reabre, nesta quarta, creches, jardins de infância e escolas (apenas as crianças entre o 1º e o 5º ano de escolaridade). É a primeira fase da "reabertura" do país.
Lojas na Áustria
A Áustria reabriu, nessa terça, lojas com área inferior a 400 metros quadrados. Clientes só podem entrar em lojas em número limitado e usando máscara.