Tom Barros: Avaliação coletiva é a mais correta

Os resultados do futebol levam a torcida e a crônica a mudanças de foco. Não faz muito, a preocupação do técnico Rogério Ceni era a perda de jogadores importantes na linha de frente. Houve momentos em que ele não sabia como escalar a peça ofensiva, haja vista a saída de alguns jogadores, as contusões de outros e as punições (cartões) de outros mais. Já, agora, o alvo das preocupações é a defesa. Esse setor vem sofrendo mais apagões que a Usina do Mucuripe na década de 1950. Mas será mesmo a defesa a única culpada pelos gols que tomou? Entendo questionável o assunto.

É hora também de uma melhor avaliação sobre o desempenho do setor de combate. A marcação mais branda não estará sobrecarregando a defesa? Na derrota para o Corinthians, os lançamentos de longa distância permitiram aos corintianos a reação que o conduziu à virada. Não deixar que o lançamento aconteça, através de pegada imediata, neutraliza as jogadas em profundidade. Quero acreditar que melhor será uma análise macro, compreendendo os três compartimentos. Desmembrar os setores é um erro, pois nenhum trabalha isoladamente.

Afirmação

O atacante Felippe Cardoso vai gradualmente conquistando seu espaço no Ceará. Assinalar gols em clássico diante do maior rival é o melhor caminho para o atleta alcançar a afirmação no grupo. Assim foi na vitória do Ceará sobre o Fortaleza. Tudo leva a crer que ele pode se estabelecer, assumindo o papel que era de Arthur Cabral, ou seja, o de ídolo.

Esperança

As mudanças que Rogério Ceni terá de fazer para retomar a melhor produção certamente terão de contar com a contribuição do meia Mariano Vázquez. Claro que não dependerá apenas dele, Mariano, mas a esperança reside neste argentino que, na verdade, marcou mais sua presença no futebol colombiano.

Mansa e pacífica

Até hoje, não entendi a razão pela qual Juninho saiu do Ceará. Alegaram motivos particulares. Eis Juninho jogando bonito no Fortaleza. Não raro gera polêmica a ida de um jogador do Ceará para o Fortaleza ou do Fortaleza para o Ceará. Essa, porém, aconteceu de forma mansa e pacífica. Há coisas no futebol que fogem da compreensão dos simples mortais.

Voltas da vida. Em junho deste ano, o técnico Celso Teixeira anunciou sua aposentadoria, após o Central, sob seu comando, ter sido eliminado da Série D nacional pelo Jacuipense. Agora ele se "desaposentou" ao assinar com o Treze-PB. Portanto, dirigirá a equipe no jogo de domingo diante do Ferroviário. Missão: bater no Ferrão, visando a tirar da lanterna o Treze.

Desafio. Não quero acreditar que o Ferroviário perderá para o Treze, que está cheio de problemas e é lanterna da competição. Na segunda-feira passada, o Ferrão perdeu para o ABC, vice-lanterna. Portanto, ABC e Treze têm as piores campanhas do Grupo A da Série C. Aí será demais suportar a quinta derrota consecutiva. Só mesmo uma vitória para viabilizar a retomada coral.