Mães registram boletim de ocorrência contra escola após filha ser obrigada a celebrar Dia dos Pais

Criança teve também que tirar foto com pais de outros colegas

Legenda: Entrada da escola infantil em que a situação ocorreu
Foto: Reprodução/Google Maps

Duas mães registraram um boletim de ocorrência contra um colégio da Região Metropolitana de Recife, em Pernambuco, alegando que a filha delas foi obrigada a participar da celebração do Dia dos Pais da unidade. A criança não estava acompanhada de nenhum parente no evento.

Conforme relatos de uma das responsáveis ao Uol, a menina também teve que tirar foto com os pais de outras crianças durante a festa que ocorreu no dia 9 de agosto. O B.O. foi registrado em 12 de agosto, ficando a investigação a cargo da Delegacia de Crimes contra a Criança e o Adolescente da Polícia Civil de Pernambuco. 

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A mulher conta que ficou sabendo do episódio após um relato de outra mãe, que disse ter ficado preocupada ao ver a menina chorando no evento. “A mãe que presenciou tudo disse que minha filha ficou bem desconcertada ao longo da apresentação, porque foi uma situação chata. Ao final da apresentação, quando ela achou que a tia tinha ido buscar minha filha para retornar para sala de aula, a profissional pegou ela e subiu no palco para tirar a foto oficial com as outras crianças e os pais delas”, enfatizou.

Ainda segundo ela, a unidade de educação infantil tem ciência de que a aluna tem duas mães que, atualmente, estão separadas. No Dia das Mães, por exemplo, elas participam juntas da festa. Conforme protocolo adotado em outro momento, a ideia era que a menina permanecesse em sala de aula, realizando outras atividades.

"As pessoas podem pensar 'poxa, por que não faltar'? Mas a gente não tem que fugir das coisas, inclusive no ambiente escolar, que temos que debater e trabalhar essas crianças para a sociedade. Levar uma falta nesse dia seria pular esse debate e perder um dia de aula porque depois [da apresentação] tem o turno normal", defendeu.

A mãe da criança afirmou ainda que não recebeu nenhum posicionamento da escola, nem chegou a ser procurada por profissionais da unidade. “Obviamente a minha ideia, de fato, é tirá-la do colégio. Eu vi que realmente ali não é um ambiente que eu quero que minha filha se desenvolva na sociedade, porque aprender coisas na escola a gente aprende e esquece, mas as nossas histórias e traumas ficam para sempre", desabafou. 

Em contato com o Uol, o colégio não negou o episódio, mas relatou que os fatos estão sendo apurados. A unidade ressaltou que deve conversar com as famílias envolvidas para prestar esclarecimentos acerca da situação.