Sentença sobre incêndio na boate Kiss sai nesta sexta-feira (10); acompanhe ao vivo
Sendo os réus absolvidos ou condenados, tanto as defesas quanto o Ministério Público podem recorrer da decisão
O resultado do júri do incêndio da boate Kiss deve sair nesta sexta-feira (10), no Foro Central de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. A decisão sobre a sentença dos quatro réus foi adiada após o Ministério Público solicitar a réplica das defesas dos advogados, por volta das 23h40 de quinta-feira (9). As informações são do G1.
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Devido ao pedido, a promotoria tem mais duas horas para sustentar a acusação, a partir das 10h, e abrem mais duas horas para as tréplicas da defesa, após um intervalo, às 13h15.
Em seguida, o Conselho de Sentença se reúne com o juiz Orlando Faccini Neto para a votação em uma sala secreta. A leitura da sentença deve acontecer no período da tarde.
Sendo os réus absolvidos ou condenados, tanto as defesas quanto o MP podem recorrer da decisão. No entanto, os tribunais só poderão modificar a pena ou determinar a realização de um novo julgamento, sem alterar a decisão dos jurados proferida nesta sexta.
Ao todo, o incêndio na boate Kiss deixou 636 feridos e 242 mortos na noite do dia 27 de janeiro de 2013, em Santa Maria. A tragédia é a maior com número de vítimas da história do Rio Grande do Sul, e a segunda do Brasil. A maioria dos mortos era jovem, entre 17 e 30 anos, e morador do município universitário gaúcho.
Os réus do caso são: Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, sócios da boate Kiss; Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da Banda Gurizada Fandangueira, e Luciano Bonilha Leão, produtor musical.
Acompanhe o julgamento:
Carta psicografada
Na sessão de quinta-feira, a advogada Tatiana Borsa, representante do músico Marcelo de Jesus dos Santos, usou uma suposta carta psicografada de uma vítima da tragédia para defender seu cliente.
O vocalista teria sido responsável por acender o artefato pirotécnico dentro da boate, o que mais tarde causou o incêndio. Tatiana reproduziu um áudio que seria a leitura de uma mensagem psicografada de Guilherme Pontes Gonçalves, um dos 242 jovens mortos.
No texto, Guilherme isenta os responsáveis pela tragédia, afirmando que eles "também têm famílias": "Ao invés de gastar nosso pensamento procurando por culpados, vamos nos unir em oração".
A advogada contou que a psicografia foi recebida em 2013 pelo Centro Espírita Irmã Valquíria, localizado em Uberaba (MG), seis meses após a tragédia.
'Se for para tirar a dor dos pais, me condenem'
No mesmo dia, durante a manhã, o réu Luciano Bonilha Leão, auxiliar da banda Gurizada Fandangueira, disse que poderia ser condenado, se isso fosse diminuir a dor dos pais das vítimas.
"Tenho consciência tranquila que não foi meu ato que tirou a vida desses jovens. Se for pra tirar as dor dos pais, eu tô pronto, me condenem"
"Se eu tivesse morrido lá, hoje sentada aqui tem a maior joia da minha vida, que é a minha mãe. Ela ia tá ali sentada com eles [familiares]", completou.
No primeiro dia de julgamento, Luciano Bonilha chegou ao Foro Central aos prantos.
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