Onça-parda reaparece no Rio de Janeiro após 80 anos
Animal era considerado extinto na cidade, visto pela última vez na década de 1930
Considerada extinta na cidade do Rio de Janeiro, a onça-parda voltou a aparecer na localidade segundo registros feitos em diferentes áreas da Mata Atlântica. A espécie tinha sido vista pela última vez na década de 1930.
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A volta foi registrada em junho de 2020 por uma câmera de vigilância do Sítio Burle Marx, unidade do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em Barra de Guaratiba, zona oeste da capital fluminense.
A partir destas imagens, um grupo de biólogos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) começou a seguir o rastro do felino, cujo reaparecimento foi tema de um artigo recente na revista científica Check List.
Com pegadas, arranhões nas árvores e outras pistas, os biólogos comprovaram a presença do animal em outros parques próximos.
Trata-se do "reaparecimento definitivo da espécie, não só um indivíduo vagando pela região", disse ao jornal O Estado de S. Paulo o biólogo Jorge Pontes, um dos autores do trabalho. "Conseguimos comprovar que a onça-parda está realmente no município, não são ocorrências isoladas", assegurou Pontes.
Espécie vulnerável
Até agora, o mamífero de pelagem marrom clara tinha sido declarado oficialmente extinto na Lista Municipal de Espécies Ameaçadas da Flora e da Fauna do Rio de Janeiro, afirmam os cientistas no artigo.
Embora não seja considerada espécie ameaçada em nível mundial, é uma espécie "vulnerável" no Brasil e no estado do Rio de Janeiro, "principalmente devido à perda de hábitat e à caça ilegal", diz o texto no Check List.
É incerto quantos exemplares do felino habitam o Rio, mas sua presença é registrada tanto no norte quanto no sul do continente.
A onça-parda ou suçuarana pode chegar a 2,30 metros de comprimento e a pesar 70 kg. Além da Mata Atlântica, ocorre em diferentes biomas do território brasileiro, como Amazônia, Cerrado e Pantanal.