'Na idade dela é extremamente raro', diz médico de jovem brasileira que sente a 'pior dor do mundo'
O neurocirurgião Marcelo Senna que descobriu a doença de Carolina Arruda foi procurado por ela há 7 anos, quando a jovem tinha 20 anos
O neurocirurgião Marcelo Senna, profissional com ampla experiência no diagnóstico de neuralgia do trigêmeo, uma condição de saúde sem cura que causa uma dor apontada como a 'pior dor do mundo', e recentemente ganhou destaque devido à história da jovem brasileira Carolina Arruda, de 27 anos, acometida pela doença, diz que foi procurado por ela há 7 anos e explica que “na idade em que ela estava é extremamente raro”.
A jovem moradora de Bambuí (MG) promove uma campanha de arrecadação de dinheiro para sair do Brasil e realizar eutanásia ou suicídio assistido em outro país, onde seja permitido. Ao ser procurado por Carolina, há 7 anos, o neurocirurgião já tinha descoberto o mesmo problema no bisavô dela.
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"As dores decorrem de uma artéria que acaba se deslocando e comprimindo o nervo do trigêmeo que, na face, é o mais calibroso. As causas do que provoca essa compressão são desconhecidas, então, não há como falar de hereditariedade", disse o médico ao g1.
O que é neuralgia do trigêmeo?
A neuralgia do trigêmeo é comparada a choques elétricos e até a facadas. O trigêmeo é um dos maiores nervos do corpo humano e é sensitivo, ou seja, controla as sensações que se espalham pelo rosto. Ele tem esse nome porque se divide em três ramos:
- o ramo oftálmico;
- o ramo maxilar, que acompanha o maxilar superior;
- o ramo mandibular, que acompanha a mandíbula ou maxilar inferior.
A dor provocada pela condição é incapacitante e impede que a pessoa consiga fazer atividades simples do dia a dia.
Diagnóstico
O neurocirurgião conta que quando foi procurado por Carolina, ela já convivia com as dores há quatro anos e já tinha passado por vários médicos.
"A neuralgia do trigêmeo não aparece em um exame de imagem. Então, ouvir o histórico dela, as queixas e como os episódios de dor ocorriam foram fundamentais para fechar o diagnóstico, que na idade em que ela estava é extremamente raro. A doença acomete principalmente adultos e idosos em uma faixa etária de 50 a 80 anos", afirmou.
Após o diagnóstico, a jovem já realizou vários tratamentos com outros médicos e cirurgias, como descompressão microvascular, rizotomia por balão e duas neurólises por fenolização, mas sem alívio que trouxesse qualidade de vida para ela.
Mas, embora esses tratamentos não tenham surtido efeitos positivos na jovem, Marcelo Senna ressaltou que a maioria dos pacientes responde bem ao acompanhamento medicamentoso.