Mulher dá à luz após procurar atendimento médico por suspeita de pneumonia em São Paulo

Durante a gravidez, jovem chegou a fazer cirurgia e exames de sangue, mas os médicos não identificaram a condição

Escrito por Redação ,
Pés de bebê recém-nascido em cobertor branco no hospital
Legenda: Cabeleireira utilizava anticoncepcional ininterruptamente.(Imagem ilustrativa)
Foto: Shutterstock

A jovem Stefane Silva, de 26 anos, foi surpreendida ao procurar um hospital em São José dos Campos, Interior de São Paulo, devido à suspeita de pneumonia e descobrir que estava esperando o terceiro filho. A novidade inesperada, já que a cabeleireira utilizava anticoncepcional, aconteceu um dia antes do parto, realizado nessa quinta-feira (22).  

Segundo a mulher, durante os nove meses de gestação não houve sintomas que indicasse a condição. Apesar da ausência da menstruação, ela disse que utilizava contraceptivos ininterruptamente, então não apresentava sangramentos periódicos. 

Tomava anticoncepcional contínuo, sempre certinho, que emendava uma cartela na outra, por isso não tinha menstruação. Não sentia nada. Não imaginei que estava grávida de nove meses! Me divorciei faz dois anos, nunca pensei em ter filho agora”, contou ao portal G1

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O bebê, nomeado de Théo, nasceu saudável, com 3,7 quilos e medindo 49 centímetros de cumprimento. Ele é o terceiro filho dela, que já é mãe de uma menina de 12 anos e de um garoto de 6 anos.

Com a barriga pequena, sentindo dores no peito, dificuldade para respirar e um resfriado forte, Stefane decidiu procurar atendimento médico em um hospital público na última quarta-feira (21). Após realizar uma radiografia e um ultrassom, enquanto investigava um suposto diagnóstico de pneumonia, ela foi alertada pelos médicos sobre a gravidez.

"Pensava que ia fazer um exame e depois poderia voltar ao trabalho, mas os médicos me disseram que estava grávida de 39 semanas. Foi uma surpresa, fiquei em choque! Em seguida já me internaram, passei a noite no hospital e na manhã seguinte dei à luz ao Theo”, relembrou.

A gestação pegou tanto a mãe de surpresa como os profissionais de saúde, familiares e amigos. 

Não senti dor, não senti mexer, chutar, nada. Ia trabalhar normal. Ninguém acreditou quando contei, acharam que estava brincando, acharam que já sabia, mas eu não sabia. Minha mãe ficou sem reação, travou quando contei”, contou rindo ao portal.

Médicos não identificaram gravidez antes

Em janeiro deste ano, quando supostamente estava com cerca de três meses de gestação, a cabeleireira foi picada por uma aranha peçonhenta, tendo ficado 40 dias de repouso, sendo medicada, além de realizar uma cirurgia. Nesse período, realizou diversos exames, incluindo de sangue, mas os médicos não identificaram a gravidez.

Após o incidente com o aracnídeo, fez um tratamento que envolvia a ingestão de diversos remédios, incluindo antibióticos. Em consequência das medicações, acabou inchando o corpo e, nos últimos meses, a jovem disse ter ganhado alguns quilos, mas não pensou que poderia ser uma gravidez. 

"De lá pra cá dei uma engordadinha, mas nada demais. Continuei vivendo normal, saindo, curtindo, bebendo, carregando peso. Inclusive, há uns 15 dias, me mudei e na mudança carreguei fogão, geladeira, bastante peso, porque nem imaginava estar grávida”, disse Stefane ao g1.

Devido à surpresa, Théo não tem enxoval e quarto apropriado, então a jovem conta com a solidariedade de amigos e de familiares para comprar os itens básicos voltados para o bebê. 

Quando descobri foi um choque, mas depois fiquei nervosa, ansiosa, preocupada se estava tudo bem com o bebê, porque não foi feito nenhum exame. Graças a Deus ele nasceu perfeito, grande, gordinho, saudável.”

Após o susto, a jovem trocou o método contraceptivo, já que não deseja engravidar novamente.

“No parto já colocaram o DIU e agora vou ver para fazer laqueadura. Foi um susto, mas agora é só alegria. Nasceu uma nova mãe. A gente se renova. Eu não pensava em ser mãe novamente, mas acredito que tudo tem um propósito de Deus”, afirmou. 

Segundo o ginecologista e obstetra Fabiano Elisei Serra, o caso de Stefane não é comum

“É surpreendente. Já vi alguns casos, mas não é comum. Acontece mais com mulheres obesas, pois o tecido adiposo pode impedir a mãe de sentir os movimentos do bebê, e com mães de primeira viagem, que nunca tiveram filho e não conhecem os sinais. Não é o caso da Stefane, que já teve a experiência. Não é nada frequente”, disse ao g1.

O especialista explicou ainda que mesmo usando um método contraceptivo, é possível que pessoas com útero e em período fértil engravidem. 

“Vale lembrar que nenhum método contraceptivo é 100% efetivo. Por possíveis falhas do método ou falhas humanas, quando as mulheres esquecem de tomar, a gravidez não deve nunca ser descartada", alerta.

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