Ministério encontra substância tóxica em mais lotes de produtos da Bassar

Resultados preliminares apontaram presença de monoetilenoglicol, composto tóxico que pode ser letal para cães

Escrito por Diário do Nordeste/Estadão Conteúdo ,
Produtos da empresa Bassar contaminados com monoetilenoglicol
Legenda: Mais de 40 cães já morreram por intoxicação de produtos da Bassar
Foto: Reprodução

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou, nesta sexta-feira (9), que resultados preliminares apontaram para presença de monoetilenoglicol em outros lotes de produtos da empresa Bassar.

O aditivo foi detectado por meio de análises feitas nos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA) como parte das investigações dos casos de intoxicação de cães, que vieram à tona na semana passada, e que já somam mais de 40 vítimas, segundo a Polícia Civil de Minas Gerais.

De acordo com o Mapa, o monoetilenoglicol - também conhecido como etilenoglicol - foi encontrado como contaminante de propilenoglicol, um produto de uso permitido na alimentação animal, se adquirido de empresas que possuem registro na pasta. O aditivo é o mesmo identificado nas contaminações por produtos da cervejaria Backer em 2020.

Em nota divulgada nesta sexta, a Bassar Pet Food anunciou o recall (devolução) de todos os seus produtos fabricados a partir de 7 de fevereiro deste ano (veja o comunicado na íntegra abaixo). "Esse procedimento foi adotado após exames preliminares realizados pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) apontarem indícios de contaminação com etilenoglicol em insumos adquiridos de um de nossos fornecedores", afirmou a empresa.

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A Bassar estende o alerta para todas as empresas do setor de alimentação animal que podem ter também adquirido propilenoglicol contaminado do mesmo fornecedor, e recomendou que "retirem imediatamente eventuais produtos fabricados e distribuídos ao mercado".

Um laudo preliminar da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) já tinha localizado a presença da substância no corpo de um dos cachorros que morreu após consumir petisco da Bassar. A substância etilenoglicol é um composto tóxico que pode ser letal para cães.

O ministério diz, porém, que as investigações ainda não conseguiram determinar como o monoetilenoglicol foi parar nos alimentos para os animais, por causa da dificuldade de rastrear os envolvidos e também por conta da mistura de lotes de aditivos em estabelecimentos que não são registrados no Mapa.

Nota da Bassar na Íntegra

RECALL DE PRODUTOS DA BASSAR

"Prezado Cliente,

A Bassar Pet Food informa que está realizando um RECALL de TODOS OS PRODUTOS fabricados a partir de 07/02/22. Isso compreende todos os lotes de produto, marca própria ou marca Bassar, com numeração acima do "lote 3329" (inclusive este).

Esse procedimento foi adotado após exames preliminares realizados pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) apontarem indícios de contaminação com etilenoglicol em insumos adquiridos de um de nossos fornecedores

O ofício 424/2022 do MAPA, divulgado no dia 06/09/2022, alerta todas as empresas do setor de alimentação animal que podem ter também adquirido matéria-prima desse fornecedor para que retirem imediatamente eventuais produtos fabricados e distribuídos ao mercado.

A substância etilenoglicol é um composto químico e tóxico que pode ser letal se ingerido por cães. Por isso, é muito importante suspender imediatamente a alimentação dos pets com os produtos mencionados e devolvê-los à loja onde foram adquiridos

Por precaução e para tranquilização de seus consumidores, a Bassar Pet Food está recolhendo todos os itens produzidos desde 7/2/2022, e não apenas os que utilizaram o insumo (propilenoglicol) do fornecedor em investigação".

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