Ministério diz que segunda dose da vacina contra Covid-19 deve ser aplicada mesmo com atraso
Saúde admitiu que há dificuldade em enviar lotes para a segunda dose da Coronavac
O Ministério da Saúde recomenda, em nota técnica divulgada nesta segunda-feira (26), que a segunda dose das vacinas contra Covid-19 seja aplicada mesmo após o fim do prazo definido pelos laboratórios fabricantes, caso haja atraso.
A segunda dose da Coronavac, produzida pela Sinovac e distribuída no país pelo Instituto Butantan, deve ser aplicada até quatro semanas, ou 28 dias, após a primeira dose. Já o imunizante produzido pela Universidade de Oxford/AstraZeneca, e distribuído pela Fiocruz, tem intervalo entre doses de até 12 semanas.
Nesta segunda, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que há dificuldade no fornecimento de vacinas para aplicação da segunda dose da Coronavac. Recentemente, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte, São Paulo, Amapá e Paraíba limitaram ou suspenderam a imunização por falta de doses para a segunda aplicação.
Em março, a orientação do Ministério da Saúde mudou e foi autorizado que os estados e municípios utilizassem para aplicar a primeira dose todas as doses que estavam armazenadas para aplicação da segunda dose. Assim, a pasta começou a enviar carregamentos destinados para a primeira dose e, no intervalo de até quatro semanas, lotes para a segunda dose.
Mas a instabilidade na entrega de novos carregamentos pode dificultar o cumprimento dos prazos. Segundo a pasta, cerca de 416 mil pessoas receberam a primeira dose nas etapas 13º e 14º de distribuição e o prazo para o envio dos lotes para a segunda doses expira em 12 e 20 de maio, respectivamente.
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O ministério afirma que, ainda que ocorram atrasos, o esquema vacinal deve ser completado, com a aplicação da segunda dose o mais rápido possível.
"É improvável que intervalos aumentados entre as doses das vacinas covid-19 ocasionem a redução na eficácia do esquema vacinal. No entanto, atrasos em relação ao intervalo máximo recomendado para cada vacina (4 semanas - Sinovac/Butantan) devem ser evitados uma vez que não se pode assegurar a devida proteção do indivíduo até a administração da segunda dose", diz a nota técnica.
"Ratifica-se reduzida quantidade de doses previstas para as próximas remessas da vacina Sinovac/Butantan e o compromisso do Ministério da Saúde em disponibilizar a vacina a toda população, preservados todos os princípios do SUS", conclui o documento.
No Ceará, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) orienta que os municípios avancem com a segunda dose (D2) dos imunizantes, não utilizando esse estoque como D1.
"Com a irregularidade da fabricação e do envio dessas vacinas é importante que se resguarde a segunda dose das pessoas para que elas completem a imunização. Se você não conseguiu se imunizar dentro do período estipulado, não tem problema, procure o município e tome a sua segunda dose para que a gente complete a imunização do povo cearense", explica a secretária Executiva de Vigilância e Regulação da Sesa, Magda Almeida.