Jornalista Vanessa Ricarte é morta a facadas horas após conseguir medida protetiva contra ex-noivo em Campo Grande

A mulher foi assassinada pelo ex-companheiro no momento em que voltou da delegacia para buscar seus pertences em casa

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Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 15:19)
Foto em preto e branco da jornalista Vanessa Ricarte, que era uma mulher branca de cabelo liso longo cortado em camadas. Na foto, ela está de frente para o computador, no trabalho
Legenda: Vanessa Ricarte trabalhava no Ministério Público do Trabalho (MPT) em Mato Grosso do Sul
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Uma jornalista e funcionária do Ministério Público do Trabalho (MPT) foi esfaqueada e morta pelo ex-noivo nessa quarta-feira (12), em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Horas antes do crime, Vanessa Ricarte, 42, havia denunciado o ex-companheiro, o músico Caio Nascimento, e conseguido uma medida protetiva contra ele.

Segundo o G1, o crime aconteceu na casa onde a jornalista morava. Horas antes, ela havia procurado a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) e registrado um boletim de ocorrência contra o ex.

A medida foi concedida, mas, ao retornar da delegacia para buscar seus pertences em casa, a vítima foi atacada com três golpes de faca no tórax. Ela chegou a ser socorrida e encaminhada para um hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na madrugada desta quinta-feira (13).

O agressor foi preso em flagrante pela Polícia Militar e levado para a Deam, onde deve passar por audiência de custódia.

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O governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), lamentou o crime nas redes sociais.

"Fiquei profundamente impactado, indignado com essa situação. Por ela, pelas famílias que são envolvidas em casos como esse e que ainda ocorrem com frequência no nosso Estado. Isso não pode passar com impunidade para ninguém. Lamento profundamente", disse o gestor.

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) também publicou uma nota conjunta com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de MS (Sindjor-MS) sobre o caso. "De texto impecável e ideias constantes, Vanessa sempre tinha um projeto novo na manga. Era de uma vitalidade admirável. Inventiva e acreditava no potencial do ser humano como agente de boas transformações. Ela mesmo era reflexo disso", disseram as organizações.

O Ministério Público do Trabalho, por sua vez, destacou o trabalho de Vanessa na instituição e ressaltou a necessidade de combater a violência doméstica. "Vanessa foi brutalmente assassinada pelo então companheiro, em um trágico episódio que evidencia a urgência de combater a violência doméstica e proteger as mulheres em situação de vulnerabilidade", declarou o órgão.

"Um dia triste para todas nós", declarou a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP).