Governo Federal determina investigação para punir 'indústria de fake news' sobre desastre no RS

Investigação deve apontar pessoas que tem disseminado notícias falsas sobre o resgate e doações para a tragédia

Escrito por Redação ,
Inundação no RS
Legenda: Cerca de 80% dos municípios do Rio Grande do Sul registraram inundações nos últimos dez dias
Foto: Nelson ALMEIDA / AFP

A Polícia Federal e a Advocacia Geral da União farão trabalho para investigar, identificar e responsabilizar pessoas que tenham divulgado fake news relacionadas ao salvamento da população do Rio Grande do Sul. O estado está com 80% dos municípios inundados por conta das chuvas registradas nos últimos dez dias, enquanto muitos se mobilizam para realização de resgates e doações.

A determinação da investigação foi feita pelo Governo Federal. O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, encaminhou ofício ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, solicitando a apuração.

"Tem gente trabalhando 24 horas por dia, quatro dias sem dormir. As pessoas colocando a vida em risco para salvar as pessoas. Enquanto isso, há uma indústria de fake news alimentada por parlamentares, por influenciadores, por pessoas que se dedicam a atrapalhar o esforço que está sendo feito para salvar vidas", disse Paulo Pimenta.

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Segundo o ministro, as notícias falsas estão atrapalhando o trabalho de resgate realizado no estado, seja pelas forças governamentais ou de voluntários. "É por isso que vou notificar a Polícia Federal, a AGU, pedindo que se abra investigação, pedindo que se identifique os autores das mentiras, da dissimulação", reforçou.

Ainda na terça-feira (7), o comandante militar do Sul, General Hertz Pires do Nascimento, relatou o impacto da propagação de notícias falsas nas operações de salvamento durante reunião na sala de situação montada pelo Governo Federal.

Segundo ele, foram registradas mentiras sobre retenção de donativos, transporte de oxigênio, situações que envolvem hospitais. O receio do governo é de que as notícias causem mais apreensão à população fragilizada.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, determinou que a Advocacia Geral da União (AGU) e o Ministério da Justiça (MJ) ajam para fazer o necessário sobre a investigação dos casos. Além disso, ministro Jorge Messias, da AGU, informou que uma equipe já está mobilizada e as plataformas digitais devem ser notificadas. 

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