Felipe Neto anuncia frente 'Cala boca já morreu' após ser intimado por crítica a Bolsonaro

Comunicado do empresário foi feito após suspensão de liminar que o convocou a prestar depoimento

Escrito por Redação ,
Legenda: Segundo a colunista Monica Bergamo, a idealização do projeto veio após o recebimento de intimação na última segunda (15)
Foto: reprodução/Instagram

Felipe Neto anunciou que reunirá nomes do direito brasileiro para auxiliar todos que se manifestarem contra o governo Bolsonaro ou autoridades públicas. O comunicado ocorre após decisão de uma liminar, divulgada nesta quinta (18), que suspendeu investigação contra o youtuber, logo após ele ter chamado o presidente da República de "genocida".

Chamada de "Cala boca já morreu", a frente encabeçada por Felipe Neto terá a participação dos escritórios dos advogados André Perecmanis, Augusto de Arruda Botelho e Davi Tangerino. A iniciativa indica que eles defenderão gratuitamente pessoas que se expressarem por meio de ideias ou críticas a autoridades públicas.

Legenda: Felipe Neto usou o Twitter para comunicar a mobilização para a iniciativa
Foto: reprodução/Twitter

"O ‘Cala boca já morreu’ será um grupo da sociedade civil que vai lutar contra o autoritarismo e que será movido pelo princípio de que quando um cidadão é calado no exercício do seu legítimo direito de expressão, a voz da democracia se enfraquece", explica o empresário. 

Além disso, o site da frente explica que o serviço poderá ser utilizado por qualquer pessoa sem advogado constituído. O portal, inclusive, será o meio para acionar a equipe responsável pelos encaminhamentos na justiça. 

Liminar suspensa

Nesta manhã, a Justiça do Rio de Janeiro suspendeu a investigação contra Felipe Neto realizada pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática. O youtuber concederia depoimento nesta quinta (18), após ter definido o presidente da República, Jair Bolsonaro, como "genocida" nas redes sociais.

A decisão da juíza Gisele Guida de Faria apontou que a competência do caso não é da Polícia Civil, mas da Polícia Federal. 

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Além disso, a juíza classificou a investigação como "flagrante ilegal". Na decisão, os argumentos utilizados são de que a apuração não deveria ter sido iniciada por "ausência de condição de procedibilidade".

Investigação no Rio

O pedido para a abertura de investigação contra Felipe Neto foi feito pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Enquanto isso, a intimação foi feita pelo delegado Pablo Sartori.

Segundo a coluna de Monica Bergamo, no jornal Folha de São Paulo, o delegado já possui histórico de ações favoráveis à família Bolsonaro. Em novembro do ano passado, por exemplo, ele foi o responsável por indiciar Felipe Neto por suposta corrupção de menores.

Essa, inclusive, não é a primeira vez que opiniões contra Jair Bolsonaro ganham foco das autoridades. O ministro da Justiça, André Mendonça, já havia acionado a Polícia Federal para investigar cartunistas e profissionais da imprensa que manifestaram críticas ao presidente. 

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