Bebê morre após tomar injeção com dipirona em UPA de Goiás

Segundo a mãe da criança, surgiu uma ferida com secreção no lugar da aplicação

Escrito por Redação ,
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Foto: Shutterstock

A pequena Ayslla Helena Souza Lopes, de 5 meses, morreu após supostas complicações derivadas de uma injeção com dipirona, aplicada em Unidade de Pronto Atendimento (UPA). O caso ocorreu no município de Trindade, em Goiás, na segunda-feira (7), e está sendo investigado. As informações são do g1

Conforme a família da vítima, ela foi diagnosticada com a doença "mão-pé-boca". No dia, a médica prescreveu um medicamento injetável na veia, mas a enfermeira responsável não encontrou o vaso e pediu para aplicar no músculo, o que foi autorizado. 

Segundo a mãe da criança, após tomar o remédio e retornar para casa, Ayslla apresentou piora, e surgiu uma ferida com secreção no lugar da aplicação. 

“A enfermeira que aplicou a injeção pegou a receita que a médica passou e foi na sala dela perguntar se podia dar intramuscular, a doutora autorizou e ela deu. Só que ela deu muito em cima da região que era pra fazer”, disse Andreia Lopes, mãe da criança. 

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Boletim médico 

O boletim médico apontou a morte de Ayslla como tendo sido causada por insuficiência respiratória e choque séptico e que a injeção aplicada contribuiu para a morte. 

Em nota, a Prefeitura de Trindade disse que instaurou sindicância administrativa interna, junto ao Núcleo de Segurança do Paciente, para verificar se houve “algum equívoco na assistência prestada à paciente em relação às prescrições e modo de administração de medicamentos”.

Além disso, a prefeitura informou que “a equipe envolvida no caso já foi afastada de suas atribuições, ou seja, não trabalham na UPA 24h até que os fatos sejam todos apurados”.

Cronologia do caso 

Na sexta-feira (4), Ayslla foi à UPA, onde a médica responsável prescreveu dipirona, ibuprofeno e soro para reidratação oral. No entanto, a criança não apresentou melhoras, e retornou ao hospital no domingo (6). 

Na segunda ida à UPA, a criança foi atendida por outro médico de plantão, que receitou anti-inflamatório e mandou a bebê de volta para casa, com a orientação para os pais fazerem compressa e depois drenarem a secreção.

De acordo com a mãe, ela não efetuou as recomendações porque já estava colocando água morna na ferida, e não estava adiantando. 

Na segunda-feira (7), a família voltou à UPA pela terceira vez, porque o bebê havia piorado. A menina deu entrada na unidade às 10h05. 

Boletim médico apontou que Ayslla estava com  “taqui dispneia grave”, que é quando a respiração fica acelerada e difícil, além de apresentar baixa saturação, desconforto para respirar e sonolência.

Minutos após o quadro, a bebê teve uma parada cardiorrespiratória, segundo o relatório. A equipe médica detalhou que tentou reanimar Ayslla por 1h10, mas ela não resistiu.

 

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