Após morte de agentes no Ceará e 'câmara de gás' em Sergipe, PRF reavalia padrões de abordagem
Chefe de comunicação da instituição disse que casos foram “condutas isoladas”
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) decidiu reavaliar internamente os procedimentos de abordagem da corporação. A decisão foi comunicada na noite deste sábado (28) pelo chefe da comunicação institucional, Marco Territo.
Ele informou que a decisão é motivada pelas mortes de dois agentes da instituição no Ceará e após homem ser morto durante abordagem em Sergipe.
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No caso mais recente, na última quarta-feira (25), Genivaldo de Jesus Santos foi parado por agentes da Polícia Rodoviária enquanto trafegava sem capacete na BR-101, em Umbaúba, sul de Sergipe. Na ação, os agentes prendem o homem no porta-malas da viatura e arremessaram gás no veículo, fazendo uma “câmara de gás” improvisada. O motociclista, que sofria de esquizofrenia, acabou morrendo.
Já no caso do Ceará, dois agentes realizavam a abordagem de um homem em situação de rua, que reagiu, tomou as armas dos agentes e matou a dupla. O crime ocorreu próximo ao viaduto da avenida Oliveira Paiva, no bairro Cidade dos Funcionários, em Fortaleza.
“Assistimos com indignação aos fatos ocorridos na cidade de Umbaúba, em Sergipe, em que uma ação envolvendo policiais rodoviários federais resultou na morte do senhor Genivaldo de Jesus Santos. Não compactuamos com as medidas adotadas durante a abordagem ao senhor Genivaldo. Os procedimentos durante a ação não estão de acordo com as diretrizes expressas em cursos e manuais da nossa instituição”, disse.
“A ocorrência da última quarta-feira e a morte recente de dois PRFs no Ceará implicam em avaliações internas dos nossos padrões de abordagem. Afirmo que já estamos estudando nossos procedimentos de formação, aperfeiçoamento e operacional para ajustar o que for necessário para prestar os serviços de excelência”, acrescentou.
Territo definiu as ações como “condutas isoladas” e ressaltou que a PRF instaurou procedimento administrativo para investigar a conduta dos agentes, além de ter afastado todos os envolvidos no caso. “Não compactuamos com qualquer afronta aos direitos humanos”, destaca o chefe da comunicação.