Qatar Airways é notificada pelo governo brasileiro após modelo registrar denúncia de gordofobia

Juliana Nehme foi impedida de voltar do Líbano para o Brasil na semana passada. A modelo já conseguiu retornar ao País

Escrito por Redação ,
Modelo Juliana Nehme posa para foto em um aeroporto enquanto segura sua mala
Legenda: Juliana Nehme é modelo plus size brasileira.
Foto: Reprodução/Instagram

A Secretaria Nacional do Consumidor, vinculada ao Governo Federal, notificou a Qatar Airways, nesta terça-feira (29), após uma modelo plus size acusar a empresa de discriminação no Líbano. A informação é da Folha de S. Paulo.

Juliana Nehme tentou voltar do Líbano para o Brasil na terça-feira passada (22), mas foi impedida de embarcar em um voo com destino a São Paulo por ser "muito gorda", segundo ela relatou em suas redes sociais.

"A aeromoça da Qatar disse que eu não posso embarcar porque eu sou muito gorda e não tenho direito a essa passagem", afirmou a modelo no Instagram.

A Qatar Airways disse à Folha que Juliana embarcou na quinta-feira (24) de volta ao Brasil e afirmou que "trata todos os passageiros com respeito e dignidade".

"Qualquer pessoa que impossibilite o espaço de um outro passageiro e não consiga prender o cinto de segurança ou abaixar os apoios de braço pode ser solicitada a comprar um assento adicional tanto como uma precaução de segurança quanto para o conforto de todos os passageiros", completou a companhia.

Veja também

Diferença de assento

A companhia aérea teria exigido que Juliana comprasse uma passagem executiva, que custaria US$ 3 mil (quase R$ 15,9 mil).

Sem poder fazer a compra, a modelo e sua mãe ficaram no Líbano, enquanto sua irmã e seu sobrinho conseguiram voltar para o Brasil. A família turistava no país e ainda teria uma conexão em Doha, no Catar, antes de retornar. 

Além disso, por ter perdido o voo, Juliana e sua mãe teriam de pagar uma multa à empresa para realocar a passagem.

"É óbvio que a gente está diante de uma situação de gordofobia. É um direito negado pelo fator 'peso'", afirmou a ativista Rayane Souza, fundadora do projeto Gorda na Lei, que estava em contato com a modelo.

Infração

Em nota enviada à Folha, a Senacon disse que apura se houve prática infrativa na prestação de serviços da Qatar Airways, "uma vez que a conduta da companhia pode afetar inúmeros cidadãos brasileiros em condições iguais a da consumidora em questão", afirmou o órgão.

A secretaria também pediu respostas à companhia sobre quais medidas serão adotadas para eliminar práticas do tipo. O prazo de retorno é de até 10 dias.

 

Assuntos Relacionados