O que é bomba de fragmentação? Saiba mais sobre artefato que Rússia é acusada de usar na Ucrânia
Esse tipo de arma é consideradas pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha um "grave perigo para civis"
O conflito entre a Rússia e Ucrânia segue pelo 6º dia consecutivo nesta terça-feira (1º). O exército de Moscou avança sobre as cidades do país vizinho, bombardeado prédios do governo e alvos militares. Em meio aos combates, a Anistia Internacional acusa a nação comandada por Vladimir Putin de usar bombas de fragmentação em alguns ataques.
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Segundo a organização não governamental (ONG), um foguete russo lançou, no dia 25 de fevereiro, munições do tipo contra uma creche, localizada na cidade ucraniana de Okhtyrka, onde civis se abrigavam dos combates militares. Ainda conforme a entidade, o ataque causou a morte de três pessoas, incluindo uma criança, além de ferir outra.
“Não há justificativa possível para lançar munições cluster em áreas populosas, muito menos perto de uma escola.”
Imagens de vídeo gravadas por drones do local, e divulgadas pela Anistia, mostram que as bombas de fragmentação atingiram pelo menos sete locais dentro ou perto do prédio, quatro no telhado e três na calçada em frente a escola. "Dois civis feridos ou mortos também são visíveis nas imagens, assim como poças de sangue", detalha a organização.
Russian missile hit kindergarten pic.twitter.com/mrbwzvwYWJ
— Олександр Мережко (@3TrAmvL026aJRar) February 25, 2022
O artefato explosivo é proibido pela Convenção sobre Munições Cluster, criada em 2008 e em vigor desde 2010, adotada por mais de 100 países, proibidos de produzir, comercializar e utilizar as armas de munição de fragmentação. A Rússia, o Brasil e os Estados Unidos são algumas das nações que não aderiram ao acordo internacional.
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O que é bomba de fragmentação?
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) define que as bombas de fragmentação — chamadas também de munições cluster e munições de dispersão — são armas que abrem no ar e que espalham um grande número de submunições explosivas ou sub-bombas no solo, atingindo uma área considerável de uma vez só.
Devido ao alto poder de propagação em grandes áreas, essa categoria de artefato causa um elevado número de vítimas, incluindo civis, sobretudo quando usadas em áreas de grande densidade populacional.
Outro fator preocupante atribuído a esse tipo de munição é que, às vezes, nem todas as submunições explodem como deveriam e, assim, deixam um legado de contaminação explosiva, muitas vezes atuando como minas terrestres. Conforme a organização internacional, milhares de pessoas foram tragicamente mortas e feridas por estarem em contato com munições não detonadas.
Devido a essas características, as bombas de fragmentação são consideradas pelo CICV um "grave perigo para civis".
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