Novos ataques na Ucrânia levam a troca de acusações em meio à crise política
Apoiadores da Rússia e forças ucranianas trocaram acusações de que cada um disparou além da linha de cessar-fogo
Uma série de ataques com morteiros foi registrada na frente de batalha entre rebeldes pró-Rússia no leste do país e forças de Kiev, trazendo à tona uma guerra de versões sobre a situação militar em torno da Ucrânia.
Nesta quinta-feira (17), apoiadores da Rússia e forças ucranianas trocaram acusações de que cada um disparou além da linha de cessar-fogo no leste da Ucrânia.
A Rússia anunciou o fim das manobras militares e a retirada de parte de suas tropas da península ucraniana anexada da Crimeia na última quarta-feira (16). Apesar disso, o país se dirige para uma "invasão iminente" da Ucrânia, declarou a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield.
Veja também
O governo dos EUA insiste que Moscou continua reforçando o contingente para uma possível invasão da ex-república soviética.
"Desculpas" para justificar conflito militar
Relatos sobre bombardeios em regiões controladas por separatistas pró-russos no leste da Ucrânia fizeram o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, emitir o alerta de que a Rússia poderá usar desculpas para invadir o país vizinho.
"Vimos as informações sobre os bombardeiros, e é algo realmente preocupante. Já dissemos que os russos poderiam fazer algo como isso para justificar um conflito militar", advertiu Austin, em declarações à imprensa após uma reunião de ministros da Defesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), em Bruxelas.
Países ocidentais mantêm alerta de ataque à Ucrânia
Os países ocidentais suspeitam das intenções da Rússia e mantêm o alerta de ataque à Ucrânia, argumentando que não constataram nenhuma prova de redução das tropas. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou que foram observados apenas "pequenos rodízios".
Belarus anunciou que nenhum soldado da Rússia permanecerá em seu território ao final das manobras dos exércitos russo e bielorrusso, em 20 de fevereiro.
O presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, declarou, no entanto, que seu país estaria disposto a receber "armas nucleares" caso se considere ameaçado pelos países ocidentais.