Morre britânica que admitiu dar dose de morfina fatal para filho pequeno que tinha câncer terminal
Antonya alegou que queria acabar com o sofrimento do filho e mudar a legislação sobre a morte assistida
Antonya Cooper, a britânica de 77 anos que admitiu ter matado o filho pequeno que era paciente terminal, morreu no final de semana. Em nota, a família disse que ela havia sido diagnosticada com câncer de mama, pâncreas e figado incurável.
Tabitha, filha de Antonya, disse através das redes sociais que a mãe morreu em paz, sem dor e cercada por entes queridos.
A britânica havia revelado recentemente, que em 1981, deu uma dose fatal de morfina para o filho de sete anos, que era paciente terminal de câncer. O objetivo da mulher era mudar a legislação em relação a morte assistida.
Hamish tinha sido diagnosticado com neuroblastoma, um câncer raro e agressivo. O prognóstico da criança era de apenas três meses de vida.
Em entrevista recente à BBC, a idosa revelou que o filho estava sentindo muita dor e após 16 meses de tratamento, ela deu a ele uma grande dose de morfina através do cateter de Hickman, que “acabou tranquilamente com sua vida”.
O procedimento é ilegal na Inglaterra, e após as declarações, a polícia disse que o caso estava sendo investigado.
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Quem é Antonya Cooper?
Antonya é uma das fundadoras The Neuroblastoma Society, que virou Neuroblastoma UK em 2015, para aumentar a conscientização e arrecadar fundos para pesquisas sobre a doença.
Cooper também escreveu o livro This is Our Child: How Parents Experience the Medical World ("Este é nosso filho: como os pais vivenciam o mundo médico", em tradução literal), o livro narra experiências de pais e adolescentes da vida real.
Entenda o que é morte assistida
Morte assistida é o termo usado para descrever uma situação em que uma pessoa com uma doença terminal procura por ajuda médica para obter drogas letais e administrá-las. Suicídio assistido é ajudar outra pessoa a cessar sua vida.
A prática está em discussão com argumentos a favor que falam sobre evitar sofrimento da pessoa doente e outros contra, que afirmam que pessoas vulneráveis podem optar pelo procedimento para “não ser um fardo” ou “evitar gastos financeiros.”
No Brasil, a pauta entrou em discussão devido ao caso da mineira Carolina Arruda, de 27 anos. A mulher sofre com neuralgia do trigêmio, distúrbio incurável que causa a dor considerada a pior do mundo.
A jovem, que sofre há 11 anos com a doença e já tentou inúmeras formas de tratamento, estava fazendo uma vaquinha para viajar até a Suíça e realizar o procedimento de morte assistida.
No Brasil o procedimento de antecipação de morte não é legalizado.