Jovem que diz ser Madeleine McCann afirma ser alvo de mensagens de ódio
Polonesa relatou que tem sido alvo de ataques desde que decidiu compartilhar a suspeita de que seria a criança desaparecida em 2007
Após repercutir nas redes sociais ao dizer ser Madeleine McCann — menina de 3 anos que desapareceu em Portugal em 2007 —, a polonesa Julia Faustyna relatou, nessa terça-feira (21), que tem sido alvo de críticas e ameaças realizadas por internautas.
Em uma transmissão ao vivo ao lado da 'vidente' Dra. Fia Johansson, conhecida nos Estados Unidos como "Médium Persa", a jovem de 21 anos detalhou que tem recebido diversas mensagens de ódio desde que decidiu divulgar a teoria de que seria a criança britânica sumida há quase 16 anos.
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Segundo Julia, usuários das redes sociais têm lhe enviado mensagens em que afirmam que ela "merecer morrer" por supostamente tentar se passar pela criança, além de afirmarem que a polonesa estaria somente atrás de aumentar o próprio número de seguidores.
"Desde o dia que criei esta conta, comecei a chorar e chorar. Não como, não bebo, basicamente só choro. Não é como se eu estivesse feliz por ter milhão de seguidores, não é desse jeito", explicou a moça.
Ainda nos diálogos virtuais, os internautas teriam duvidado de que a jovem tenha sido abusada pelo pedófilo alemão Christian B., como ela relatou. O homem é um dos principais suspeitos no caso Madeleine.
"[Para aqueles que me enviam essas mensagens, gostaria de dizer que] 'você não me conhece pessoalmente, então não pode me julgar'", argumentou Julia na transmissão.
Caso é 'dor desnecessária' para pais de Madeleine
Ao jornal The Sun, fontes próximas aos pais biológicos de Madeleine, Kate e Gerry McCann, disseram que o casal está sendo submetido a uma "dor desnecessária".
"Tantas alegações falsas foram feitas ao longo dos anos e não precisam de mais."
Segundo Julia Faustyna, os dois aceitaram realizar um teste de DNA para verificar se ela seria a filha desaparecida deles.
Relato de Julia viralizou
A conta do Instagram em que Julia afirma ser Madeleine foi criada em 14 de fevereiro e rapidamente viralizou. Em alguns dos posts, ela conta que começou a suspeitar que é a menina desaparecida após algumas declarações da avó sobre um pedófilo, mas não dá mais detalhes sobre o assunto.
Ela também diz que tem poucas lembranças da infância e que, em 2018, foi internada em um hospital psiquiátrico, começou a fazer terapia e lidar com memórias de abusos.
Julia compartilhou, ainda, a foto do suspeito de ter sequestrado Madeleine e afirmou lembrar de ter sido abusada por ele. O indivíduo seria o pedófilo alemão Christian B.
Madeleine hoje teria 19 anos, e Julia tem 21, mas ela justifica a diferença de idade afirmando que uma criança sequestrada pode ter sofrido alterações nos documentos, o que explicaria a divergência.
Na mídia internacional, a história foi repercutida em portais britânicos e algumas páginas de Portugal, Alemanha, França, Argentina, Estônia, Hungria e Polônia.
Mãe da jovem nega
A mãe de Julia disse que a garota está doente e causa vergonha à família. As declarações foram feitas em uma conversa via WhatsApp, entre Julia e a mãe, e compartilhadas no perfil do Instagram “iammadeleinemccan”.
Na conversa, a mãe de Julia diz que vai vender a casa e se mudar, porque não quer mais vê-la em razão da vergonha que ela está trazendo para a família.
No print, a mãe também afirma que fotos e fitas cassetes estão em algum lugar na garagem, referindo-se a supostos registros que negariam a tese sobre a jovem ser Madeleine. “Você está doente, Julia. Isso eu vou contar”, escreve a mãe, na conversa.
Ao compartilhar os registros, Julia ironizou o fato de estar sendo considerada louca. Na manhã de sábado (18), ela publicou um vídeo em que afirma ter consultado médicos, psicólogos e especialistas, e eles podem provar que ela não tem delírios.
A jovem também afirmou ser polonesa, e não alemã, como estavam divulgando nos últimos dias, e que recebe muitas mensagens de ódio de pessoas do país onde nasceu.
Desaparecimento de Madeleine McCann
Madeleine McCann, a Maddie, desapareceu em 3 de maio de 2007, pouco antes do seu quarto aniversário, na Praia da Luz, estância balnear da região do Algarve, em Portugal, onde passava férias com a família.
O desaparecimento deu origem a uma extraordinária campanha internacional de seus pais para tentar encontrá-la. As fotos da pequena Maddie, com seus cabelos castanhos e seus grandes olhos claros, deram a volta ao mundo.
Após 14 meses de investigações controversas marcadas pela acusação, e depois pela exoneração, dos pais Gerry e Kate McCann, a Justiça portuguesa encerrou o processo em 2008, antes de o reabrir cinco anos depois devido a "novos elementos".
No entanto, o caso realmente não avançou até junho de 2020, quando a Procuradoria de Brunswick disse que tinha certeza que a menina morreu, acrescentando que suas suspeitas recaíam sobre um homem que foi detido em Kiel por outro caso.
No momento do desaparecimento de Maddie, "Christian B.", atualmente cumprindo pena de prisão pelo estupro de uma mulher americana de 72 anos em 2005 no sul de Portugal, vivia a poucos quilômetros do hotel onde a menina desapareceu, segundo os investigadores alemães.