Confronto entre manifestantes e policiais deixa pelo menos 12 mortos no Peru
Protestos são contra o governo da presidente Dina Boluarte
Em meio aos protestos contra o governo da presidente peruana Dina Boluarte, pelo menos 12 manifestantes morreram durante confronto com a polícia nesta segunda-feira (9). O anúncio foi dado pela Defensoria do Povo, detalhando que óbitos aconteceram em Juliaca, no sul do Peru.
"Confirmamos 12 falecidos no dia de hoje em Puno durante confrontos com as forças de ordem nas imediações do aeroporto de Juliaca", disse uma fonte do órgão.
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No último domingo, o Ministério da Saúde contabilizou 67 pessoas hospitalizadas devido à quatro dias de bloqueios de estradas e mobilizações em diferentes regiões do país.
"Durante as manifestações públicas em nível nacional, foram registradas 67 hospitalizações. Todos os pacientes recebem atendimento médico permanente".
O relatório da pasta entre 4 e 8 de janeiro indicou que a maioria das pessoas hospitalizadas encontra-se na cidade andina de Puno, onde foram registrados fortes confrontos entre manifestantes e policiais na sexta-feira (6) e no sábado (7).
Protestos no Peru
Os protestos começaram em 7 de dezembro, depois que Boluarte, então vice-presidente, assumiu o governo em substituição a Pedro Castillo. O político foi destituído pelo Congresso após tentar um autogolpe e fracassar na busca de dissolver o Legislativo. A prisão de Pedro foi efetuada sob a acusação de rebelião.
Embora se considere de esquerda, Boluarte é vista como uma "traidora" pelas comunidades e militantes que apoiam Castillo. Os setores da direita que antes promoviam sua queda agora a apoiam.
Essas mobilizações acumulam 22 mortes em quase um mês. Segundo o ministro da Economia, Alex Contreras, esta crise de bloqueios de vias gerou perdas ao país entre 60 e 100 milhões de soles por dia (15 a 25 milhões de dólares).
Com o objectivo de estabelecer um diálogo "para alcançar a paz social", Boluarte convocou para a próxima semana o "Acordo Nacional", fórum que reúne os poderes do Estado, sociedade civil, grupos religiosos, sindicatos empresariais e trabalhadores.
Na tentativa de diminuir a tensão nas ruas, o Congresso aprovou a antecipação das eleições de 2026 para abril de 2024.