O Cometa do Diabo, como é conhecido o 12P/Pons-Brooks, pôde ser observado em todo o Hemisfério Sul, no último domingo (21). A visibilidade foi possível pela maior aproximação do cometa com o Sol. Para quem perdeu o fenômeno no fim de semana, ainda será possível vê-lo no começo de junho, período em que o 12P/Pons-Brooks estará ainda mais próximo da Terra.
Em dois meses, a rocha ficará a aproximadamente 232 milhões de quilômetros do nosso planeta. Sem riscos de colisão com a Terra, ele poderá ser observável, mas os observadores devem utilizar binóculos. As informações são do GLOBO.
Para a ABC News, o pesquisador Theodore Kareta afirmou que as explosões do Cometa do Diabo permitem que ela fique clara para serem vistas, em algumas situações, a olho nu. "Não há muitos cometas que tenham esses aumentos repentinos de brilho, que sejam tão fortes, e menos ainda que os tenham algumas vezes durante uma órbita. Parece que Pons-Brooks está realmente ativo", disse.
Por que é chamado de ‘Cometa do Diabo’?
Descoberto em 1812, o astro tem cerca de 29 quilômetros de diâmetro (o triplo do tamanho do Monte Everest) e é descrito como um “vulcão frio” por ejetar violentamente gelo e gás — que formam uma cauda em formato de chifre, origem do apelido do cometa. O 12P/Pons-Brooks é um cometa tipo Halley, ou seja, de curta duração entre 20 e 200 anos (os de longa duração podem existir por milhares de anos).
Foi descoberto a primeira vez, em 1812, pelo francês Jean-Louis Pons. Depois, em 1883, foi redescoberto de forma independente pelo inglês William Robert Brooks. O nome Cometa do Diabo surgiu somente em 20 de julho de 2023 após registros feitos pelo astrônomo Elek Tamás, do Observatório Harsona na Hungria.
"O astrônomo percebeu que o cometa estava consideravelmente mais brilhante, pois provavelmente havia sofrido alguma explosão ou ‘outburst’, isto é, uma liberação de gás e poeira de forma inesperada que fez com que o seu brilho aumentasse bastante. Essa explosão cometária também distorceu a coma [nuvem ao redor do cometa] em forma de ferradura ou chifres e, por isso, muitos meios de comunicação apelidaram o objeto de ‘Cometa do Diabo’”, afirma Filipe Monteiro.