Wilton Bezerra: quem se protege demais não vai a lugar nenhum

No futebol, como na vida, quem se protege demais não vai a lugar nenhum.

Não que o Ceará tenha exagerado na sua postura defensiva, na derrota de 2 X 0 para o Atlético Mineiro.

Mas, fazer um jogo de marcação à longa duração exige um enorme sofrimento, nem sempre recompensado no final das contas.

O Atlético, de Sampaoli, não foi o time de sistema anárquico e envolvente que se imaginou e, pelo contrário, muito comum na sua proposta de jogo.

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Saverino e Keno guardavam posições nas extremas e as manobras, por dentro, com Yoran e Marrony, foram controladas pelo sistema defensivo do Ceará.

Bola no alvo, somente numa cobrança de falta, com Yoran.

Na beliscada mais séria do alvinegro cearense, Fabinho fez uma jogada espetacular, ganhando de dois marcadores e colocando, de bandeja, para Fernando Sobral jogar por cima.

Os goleiros Prass e Rafael não tiveram trabalho, e o placar em branco da primeira etapa espelhou o jogo.

Para a segunda fase, o treinador do Atlético fez duas boas modificações, com as entradas de Marquinhos e Guilherme Aranha ampliando o poder ofensivo, embora o panorama do jogo fosse semelhante ao primeiro tempo.

Aí, veio a penalidade cometida por Gabriel em Marrony, que o último converteu para abrir a contagem.

Com a entrada de Charles e, logo depois Jacaré e Cléber, Guto Ferreira municiou o fôlego do time.

Se Jacaré e Cléber soubessem o que é altruísmo, um teria ajudado ao outro em duas jogadas de contra-ataque.

Para completar, quando Cléber teve a chance de empatar, numa jogada de Charles, a zaga do Atlético salvou e, no contra-ataque veio o castigo: Marrony fez 2 X 0.

Enfim, o Atlético Mineiro não foi o bicho que se pintou e o Ceará só ratificou a velha maldição de que “quem não faz leva”, mesmo com reduzidas oportunidades dentro do jogo.

Agora, aqui para nós, jogo no sol inclemente do meio-dia só pode ser uma punição.