Dois times procurando enfiar ideias no desenho tático: o Fortaleza, em um 4-3-3, com quarto homem (Vargas) chegando, e o Ceara, com um “expresso” 4-2-2-2 (dois volantes (um de ruptura, Sobral), dois meias e dois atacantes), com Lima sendo pouco ideológico, frequentando a esquerda, a direita e o centro.
Calma, com a bola em movimento, essas estruturas não ficam intactas.
No esquema do Fortaleza, os que fazem as beiradas são homens de meio. Basta ver o gol de David, em uma jogada de lado, com Wellington Paulista.
Robson, sempre, procura sair do meio para dentro, obedecendo suas características de jogador que busca as finalizações, trazendo a necessidade de uma ação permanente dos alas.
Numa disputa de muita marcação e pouca realização (ofensivamente, o Ceará depende de Bruno), o Fortaleza, embora melhor no jogo, não teve a intensidade que o treinador desejava.
Três finalizações no alvo para o tricolor: duas de Vargas, que Richard trabalhou duro para defender, e a bela complementação de David, para abrir a contagem.
O Ceará teve que se contentar com um chute de pé direito de Mendoza, para fora do alvo.
Na segunda fase, ficou claro que o Alvinegro iria tentar reverter a situação, com modificações visando reforçar o ataque: Saulo (saindo Sobral), Yony Gonzales e Rick, um pouco mais tarde.
Bem que poderIa funcionar melhor, se Saulo não se atrapalhasse tanto com a bola, perdendo uma chance, em lançamento de Oliveira, ao finalizar com os costados.
O que ocorreu, então, com o jogo transformado num “show” de alterações?
O Ceará teve seus planos atrapalhados, por um gol levado aos nove minutos, e passou a fazer volume no campo do Fortaleza, o que resultou, no duro, em um chute mascado de Yony e uma bola na trave, através de Gabriel Dias.
O Fortaleza tirou quase todo o ataque (ficou apenas Robson) e as modificações o levaram a não fazer o jogo de intensidade anunciado por Juan Pablo Vojvoda.
Sobre um jogo de formações desfalcadas (sejam elas quais forem), fica impossível analisar quem não jogou.
Para o Fortaleza, o gosto de vencer um clássico foi o ponto.