Ao lançar Camilo pré-candidato ao Senado, PT busca amenizar desgastes com PDT e aliados

Alas petistas que trabalham pela candidatura própria ainda esperam decisão nacional

Legenda: Reunião do diretório estadual do PT lançou o nome do governador Camilo Santana para o Senado
Foto: Ascom/PT

Após Camilo Santana (PT) classificar como "cegueira política" a cobrança de espaços no governo por alas do partido, o direitório estadual do PT aprovou, nesse sábado (29), o nome do governador como pré-candidato da sigla ao Senado e a continuidade do acordo com o PDT para as eleições de outubro. 

A decisão joga um balde de água fria em movimentos petistas que militam pela candidatura própria do partido à sucessão do governador e tenta evitar desgastes com o principal aliado, que é PDT.

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O senador Cid Gomes, o governador Camilo Santana e o deputado federal José Guimarães têm dialogado no sentido de manter o acordo político-eleitoral entre as duas legendas, com o PDT encabeçando a chapa para a chefia do Palácio da Abolição.

Alas petistas ligadas a Luizianne Lins e José Airton contestam a aliança e discutem um movimento de candidatura própria.

Em meio a esse movimento interno, que realizou evento para discutir a tese na última quinta-feira (27), a reunião do diretório estadual acabou aprovando uma cláusula que mantém a aliança em torno dos partidos que participaram da campanha eleitoral de Camilo e que ajudaram o petista a governar na Assembleia Legislativa do Ceará.

É claro que o PDT, prioritariamente, está nesse bloco. Dentro do arco de alianças, e com Camilo lançado ao Senado, dificilmente o PT teria a possibilidade de indicar também o nome para governador.

O documento, que indicou ainda outras prioridades, foi aprovado por mais de 70% dos votos, deixando claro a força de alas do PT que trabalham pela continuidade da aliança com o PDT.

Candidatura própria

O deputado federal José Airton, que é um dos que alimentam o movimento interno "PT lá e cá", declarou à coluna que "a resolução aponta para a manutenção das alianças atuais, deixando aberta a definição de nomes ou siglas que ocuparão os espaços na formação da chapa".

Segundo o deputado, uma das prioridades aprovadas na reunião do diretório, que é "a centralidade da eleição de Lula para derrotar o avanço do fascismo", acaba fortalecendo "sobremaneira a defesa de uma candidatura própria e um palanque leal".

A deputada federal Luizianne Lins já havia dito no encontro "PT lá e cá" que mantém diálogo com o ex-presidente Lula sobre as alianças no Ceará. Segundo ela, não tem nada definido, já que a decisão será tomada nacionalmente.

Posicionamentos

Nas redes sociais, o deputado federal José Guimarães comemorou as decisões aprovadas pela maioria na reunião de sábado. 

Já petistas a favor da candidatura própria não se posicionaram sobre o encontro. Luizianne e José Airton não reproduziram publicamente as decisões aprovadas no diretório estadual.

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