O Brasil sempre foi um dos favoritos para a Copa do Mundo de 2022. A estreia contra a Sérvia foi animadora pela etapa final, mas após o razoável jogo contra a Suíça e a derrota para Camarões com o time reserva, a Seleção Brasileira tinha a obrigação e a urgência de mostrar seu potencial, como fizeram França e Inglaterra em seus duelos das Oitavas.
E o Brasil foi lá e mostrou todo seu repertório ofensivo, liquidando com a Coreia do Sul ainda no 1º tempo com uma atuação de gala e 4 gols.
A imposição da Seleção Brasileira veio com uma formação próxima do ideal e da estreia contra Sérvia. A volta de Neymar e a entrada de Danilo na lateral-esquerda foram muito importantes para a contrução de jogo coletivo.
Mas mais do que isso as associações entre Neymar, Paquetá, Vinícius Junior, Raphinha e Richarlison foram constantes e destruíram o sistema defensivo da Coreia.
O jogo pelas pontas funcionou bem, com Raphinha e Vinícius Júnior, desnorteando a defesa coreana e dando a oportunidade para infiltrações de Paquetá e Neymar, auxiliando o '9' Richarlison.
Assim o Brasil foi letal e as conexões entre os jogadores de frente foram perfeitas. O jogo coletivo funcionou muito bem e gerou um placar de 4 a 0 em 45 minutos de forma incontestável.
Para a etapa final, o Brasil dosou o ritmo e só administrou o placar, já pensando na Croácia. Ainda sofreu um gol, mas nada preocupante.
O Brasil tem muito mais time que a Croácia. E joga muito mais futebol nesta Copa do que ela. É nítido e a diferença de nível entre as duas seleções é gritante. Mas trata-se de futebol.
Se contra a Coreia, o Brasil encontrou um adversário frágil defensivamente, com um jogo coletivo fraco e um ataque que pouco cria, diante da Croácia o nível aumenta um pouco, mas nada que preocupe, como seria se o adversário fosse a Espanha ou a Alemanha.
Exceto pelo bom jogo quando goleou o Canadá na 1ª Fase, quase é eliminada pela combalida Bélgica e diante do Japão, nesta segunda, conseguiu fazer um jogo morno, sem intensidade.
Até o craque Modric foi bem marcado e pouco jogou. Em um grande dia, Modric é capaz de achar jogadas espetaculares, mas ele ainda está apagado na Copa. O meio campo tem potencial para criar bem mais, com o astro do Real Madrid, Kovacic e Brozovic, como visto em raros momentos de brilho contra a Bélgica. Perisic e Kramaric podem ser perigosos, mas ainda não engrenaram na Copa.
Já a defesa é lenta e falha demais, os volantes têm pouco poder de marcação, como foi claro na 1ª Fase contra a Bélgica e diante do Japão nesta segunda.
Ou seja, se o Brasil jogar o que sabe, a Croácia não será capaz de marcar o time de Tite, pelo repertório e os jogadores que tem. É aguardar, mas as chances do Brasil avançar sem sustos é considerável.