Por onde a dança vai me levar

Quando faço um apanhado de minha história, percebo que nada chegou até mim sem que eu precisasse entrar em disputa, ainda que meu único adversário fosse eu mesmo

Escrito por
Silvero Pereira verso@svm.com.br
Legenda: Meu corpo pede pela emoção do novo, tenho gosto pelo frio na barriga
Foto: Merlina Furlan/Reprodução

Ator que canta e dança? Temos. Ou pelo menos teremos a partir de agora. Dei início a uma nova fase da minha vida profissional. Faço parte do elenco do Dança dos Famosos, um quadro muito marcante do Domingão, que sempre quis participar. Sim, eu estou em mais um reality de competição da minha carreira artística.

Ao longo de minha história, já fui vice-campeão do Show dos Famosos (2018), venci o Minha Mãe Cozinha Melhor que a Sua (2023), ganhei a Batalha de Lipsync (2024) e fui campeão do programa The Masked Singer Brasil (2024). Já pensei várias vezes sobre não participar mais de competições, mas me conheço o suficiente para saber que não é apenas sobre autossuperação. Competir faz parte da minha natureza.

Quando faço um apanhado de toda a minha história e resgato as memórias de uma infância pobre, cheia de dificuldades, onde meu acesso a qualquer coisa era sempre após muita luta, trabalho e esforço, percebo que absolutamente nada chegou até mim sem que eu precisasse entrar em disputa, em competição, ainda que meu único adversário fosse eu mesmo.

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Nada veio de maneira fácil. Acho, então, que me acostumei com a luta, a superação e o suor. Nunca entro em um projeto sem total dedicação, nunca entro em uma competição para perder. Foi assim que sempre superei obstáculos e ganhei calos e cicatrizes, no corpo e na alma, me tornando um homem casca grossa, difícil de abalar e impossível de desistir.

Não há nenhuma garantia de que vou ganhar mais essa. Pode ser que no meio do caminho, eu volte aqui e escreva apenas sobre como foi bom o aprendizado e o quanto eu me superei. Contudo, hoje, este texto parte de um iniciante (e amante) da dança, que tem energia suficiente para chegar até a final e voltar aqui ainda mais feliz em vencer os desafios que me são lançados.

Meu corpo pede pela emoção do novo, tenho gosto pelo frio na barriga, e mal posso esperar para ver onde a arte da dança vai me levar.

*O texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor

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