A V.tal inaugurou o segundo edge data center em Fortaleza e, pela alta demanda do mercado, já está projetando uma terceira expansão nos próximos anos, informação confirmada pelos executivos da companhia nessa sexta-feira (3). A perspectiva foi apresenta pelo vice-presidente de atacado e varejo da V.tal, Bento Louro.
Durante o evento de apresentação da estrutura do empreendimento, Louro destacou que uma parte considerável da capacidade do data center já estava comprada ou sendo negociada. O cenário positivo pode ajudar a impulsionar os planos de expansão da empresa em Fortaleza, que deverão ter apoio direto do Governo do Estado.
Durante o evento, o governador Elmano de Freitas classificou o setor de tecnologia da informação como "estratégico para o desenvolvimento do Ceará".
"Nós vamos onde os nossos clientes nos levam e pela velocidades que os nossos clientes estão nos levando, existe uma possibilidade, e a gente vai considerar a demanda, se as contas fecharem, sim, poderemos ter uma nova expansão na região", disse Bento.
"Em termos de capacidade, nós já temos comercializado quase 50%, e temos um quarto que está sendo negociando com alguns clientes, então temos aí já três quartos já da capacidade desse data center negociado ou vendido", completou.
O segundo edge data center da V.tal integra um parque com cerca de 7 mil metros quadrados de área construída e capacidade superior a 5 megawatts (MW), além de mais de 600 posições de racks. Empreendimento contou com investimento de R$ 200 milhões.
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Sobre os outros planos de expansão, o vice-presidente de estratégia da V.tal, Eduardo Silveira, afirmou que os projetos de curto e médio prazo já estão definidos, com a companhia investindo em unidades em Porto Alegre (RS) e Barranquilla (Colômbia).
"A gente tem no radar de um curto prazo, um data center da ordem de 2 MW em Barranquilla, então teríamos 4 salas iguais a que temos aqui em Fortaleza, e esse projeto fica pronto no meio do ano de 2023, e a gente já comprou terreno do data center de Porto Alegre, que terá, também, 4 mW. Esses dois são sólidos e estão em fases avançadas, e fora isso temos nosso plano de expansão futura, que segue muito a demanda, então qualquer geografia onde estiver demanda, estaremos lá. Geralmente, a gente prioriza cidades fora do eixo Rio-São Paulo. E esperamos conseguir fazer muito mais do que isso", comentou Silveira.
E a demanda foi justamente o que levou a V.tal a escolher Fortaleza como foco para o investimento desses últimos data centers. De acordo com Cícero Olivieri, vice-presidente de engenharia da empresa, o alto fluxo de dados na capital cearense gerado pelo ciclo de novos pontos de conexão e cabos submarinos foi determinante para a definição da estratégia na região.
Olivieri também destacou os cerca de 40 empregos, diretos e indiretos, gerados durante as fases de operação e construção do "Big Lobster" (nome do novo data center da V.tal).
"Fortaleza foi nossa escolha porque 90% do tráfego de dados passa por aqui. Fortaleza tem tudo para se tornar o que a Virgínia é para os Estados Unidos, por conta de um investimento muito grande em data centers relacionada aos cabos submarinos. Isso foi uma aposta lá atrás onde nós chegamos com 4 cabos submarinos, e à medida que vamos evoluindo com os equipamentos eles vão ficando menores e aumentando de capacidade. Fomos criando espaços e surgiu a estratégia de usar esse ponto dos cabos como ponto de compartilhamento de tráfego, então começou a história dos data centers. Lotou-se o espaço e abriu-se outro, que chamamos de Big Lobster", disse.
"Diretos, temos 40 empregos qualificados, técnicos, que fazem toda essa estrutura funcionar 24 horas por dia e 7 dias por semana. Durante a construção, na obra, foram mais de 700 pessoas envolvidas, e a gente ainda tem um universo de prestadores de serviço, que fazem manutenção e dão suporte à operação", completou.
A V.tal é apontada com a empresa com maior rede neutra de fibra ótica no Brasil, atendendo operadoras de telecom, provedores de internet e OTTs. A empresa possui 430 mil quilômetros de fibra ótica terrestre, conectando mais de 2,3 mil municípios no País, além de 26 mil quilômetros de cabos submarinos que ligam o Brasil à Argentina, Venezuela, Colômbia, Bermudas e Estados Unidos. Atualmente, a V.tal é controlada pelos fundos de investimentos do banco BTG Pactual.