O projeto de saneamento do Crato, administrado pela Aegea, poderá começar as operações antes do previsto anteriormente pela companhia.
Segundo Renee Chaveiro, diretor-executivo da Ambiental Crato (grupo Aegea), os estudos e análises, que contam com um mapeamento 3D único das unidades na cidade, estão caminhando de forma rápida e a empresa já deverá ter uma nova previsão no próximo mês. Não há, no entanto, ainda, confirmação data.
A estimativa era que a operação começasse após os 6 meses de trabalho conjunto com a Saaec (S/A de Água e Esgoto do Crato), empresa pública e antiga responsável pelo serviço.
Contudo, o processo deverá ser acelerado após o início da operação conjunta (iniciada em maio) e do mapeamento 3D das instalações já existentes no Crato, responsáveis por recolher 33% e tratar 3% do esgoto na cidade.
"A gente tem até 6 meses de operação assistida, mas estamos conversando para antecipar e no próximo mês já devemos ter uma data para assumir a operação e já colocarmos toda a expertise da Aegea para fazer as melhorias necessárias na infraestrutura", disse Renee.
O objetivo é chegar ao patamar de 50% de tratamento de todo o esgoto do Crato em dois anos, o que demandará um investimento de R$ 100 milhões nos primeiros 5 anos de operação da Ambiental Crato. O leilão de concessão da operação prevê um aporte total de cerca de R$ 250 milhões em 35 anos para garantir a universalidade do serviço de água e esgoto na região.
O dado representa um aumento em relação ao indicado pelo vice-presidente de relações institucionais da Aegea, Rogério Tavares, em fevereiro deste ano. Anteriormente, a Aegea indicava um investimento de R$ 75 milhões nos primeiros 5 anos.
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Parte do aceleramento dos prazos passa pelas checagens de infraestrutura, realizadas por meio de robôs e por um mapeamento 3D de todas as unidades de tratamento de água e esgoto existentes no Crato.
"No Nordeste não existe nada parecido como esse detalhamento inteligente, nos detalhes mínimos. A gente consegue ter uma rastreabilidade com informações de muita precisão. Tem um levantamento por drone, e por câmeras esféricas em 360°. Já fizemos um levantamento em campo e estamos fazendo uma geral que nos permite saber todos os componentes elétricos. Conseguimos ver dentro dos quadros elétricos e ver em detalhes", disse Renee.
"Isso também é importante para questões da própria concessão, pois a gente recebe um ativo que, às vezes, não está em boa qualidade, mostrando estar em um estado tal, mas no decorrer do processo consegue mostrar como evoluiu", completou.
Além de identificar ativos, o mapeamento em 3D deverá gerar uma otimização dos investimentos e custos de operação, de acordo com Chaveiro. Os primeiros dados indicam, até agora, uma redução de 15% nos custos para os sistemas de elevação de esgoto. Contudo, outros tipos de economia deverão ser registrados ao longo dos anos com o avanço do projeto.
"Nos sistemas de elevação, com esse tipo esgotamento 15% de redução de custos, fora os outros custos à operação que irão ser ainda motivos de avaliação de recuperação e análise de redução de custos e maximação do Capex (Capital Expenditure, da sigla em inglês) investido", explicou o diretor-executivo da Ambiental Crato.
Apesar das perspectivas positivas, o mapeamento 3D realizado pela empresa também apontou os pontos que precisarão de maiores cuidados e investimentos, indicando estrutura com condições de menor qualidade. Um dos pontos que deverá receber cuidados maiores é o centro do Crato, que, segundo Renee, conta com sistemas mais antigos.
"No centro, a estrutura está mais antiga, a rede coletora tem alguns pontos que precisa de melhorias, mas o foco é melhorar a experiência do cliente e conseguir ter a noção de fazer diagnósticos para solucionar esses pontos e evitar lançamentos indevidos à rede de drenagem e outros problemas", comentou Chaveiro.