Porto do Pecém assina pré-contrato para investimento em hidrogênio e aguarda mais 3 até o fim do ano

Empresa EAS deverá mensurar investimento após um estudo de viabilidade que irá durar entre 6 a 8 meses. Contudo, estimativa do mercado é que aporte seja entre US$ 2 bilhões e US$ 4 bilhões

Legenda: AES assina pré-contrato para investimento em hidrogênio verde com o Complexo Portuário do Pecém
Foto: Samuel Quintela

O Porto do Pecém assinou mais um pré-contrato para investimentos em hidrogênio verde, dessa vez com a AES Brasil. A confirmação veio durante o segundo dia de discussões do Proenergia Summit 2022, nesta quinta-feira (22), e ainda contou com a previsão de mais três acordos firmados até o final deste ano, segundo Danilo Serpa, presidente do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp S/A).

Ainda não há previsão de um investimento ou dimensão da planta de produção de hidrogênio pela AES, já que a empresa ainda deverá realizar um estudo de viabilidade para mensurar os aportes e confirmar os planos, segundo Ítalo Freitas, vice-presidente de desenvolvimento das operações no Brasil. 

"O investimento vai depender muito do momento que começarmos a construção da planta. Esse contrato é para começarmos o estudo de viabilidade do projeto, e ele vai trazer qual o investimento total para a planta. O mercado de hidrogênio  está nascendo agora, e a demanda está se criando. É essa demanda que também vai dizer qual será o tamanho do investimento", disse Italo. 

"O estudo deve durar de 6 a 8 meses. O importante é ver as condições do Ceará para produção, e aí vamos depender só das condições de mercado", completou. 

O pré-contrato, inicialmente, prevê a produção de até 2 gigawatts (GW) de hidrogênio verde de até 800 mil toneladas de amônia verde por ano. Segundo estimativas de mercado, esse investimento pode girar em torno de US$ 2 bilhões a US$ 4 bilhões.

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Próximos pré-contratos

Durante o evento, o presidente do Complexo do Pecém também confirmou que três novos pré-contratos deverão ser fechados até o fim de 2022. Sem dar detalhes dos próximos acordos firmados, Serpa confirmou que as empresas são "do mesmo porte" da AES, indicando que também poderão ser multinacionais.  

"O hidrogênio é novo no mundo, então estamos acompanhando os passos que o mundo está fazendo, e o Pecém tem puxado o protagonismo no Brasil, tanto que é o segundo pré-contrato que a gente assina, com uma multinacional, e essas empresas não estão aqui para especular. Isso é o coroamento do trabalho que estamos fazendo no Porto e na ZPE", disse

"Nos próximos 45 dias devemos ter dois novos pré-contratos para assinar, e até o final do ano devemos chegar ao quinto, materializando todo esse esforço. Estamos caminhando com o mundo", completou. 

Desenvolvimento econômico 

A consolidação do pré-contrato foi comemorada, também, pelo presidente da Zona de Processamento e Exportação do Ceará (ZPE), Eduardo Neves, que destacou o potencial de impulsão para o desenvolvimento econômico apresentado pelas estruturas do Complexo do Pecém.

"A ZPE enquanto regime fiscal não deve ter mudanças ou atualizações, pelo contrário, é o regime da ZPE que está propiciando a chegada desses investimentos por conta da condição fiscal que essas empresas terão. O que teremos de necessidade é a construção de estruturas que estão acordadas com esses contratos, que o Porto irá fazer, mas está dentro do escopo dos contratos", disse.

"Para gente, isso é um projeto de desenvolvimento, e a ZPE se consolida como instrumento de desenvolvimento econômico com esses grandes projetos, até porque ter essas condições tributárias é uma diferenciação vantajosa", completou.

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