Desconforto e dor no joelho em movimentos simples como se levantar, subir e descer escadas ou ardência ao manter a perna dobrada podem ser sintomas de uma condição chamada de condromalácia patelar. A lesão, segundo o ortopedista Luiz Felipe Carvalho, é caracterizada pelo amolecimento e o enfraquecimento da cartilagem na patela.
O médico explica que a condromalácia precisa ser analisada de forma individual pelo profissional, pois podem existir casos em que o paciente sente muita dor e outros que não. A principal causa da lesão, conforme o especialista, é a sobrecarga mecânica.
“A principal causa de condromalácia é a sobrecarga mecânica, ou seja, joelhos com valgo, uma patela que não está alinhada com a tróclea, o que enfraquece a cartilagem, transferindo, muitas vezes, a força da cartilagem que está mole, gerando uma dor e que muitas vezes pode ser causada por um edema ósseo indicando uma sobrecarregando no osso”, detalha.
A condromalácia patelar pode apresentar diversos sintomas característicos, mas estes, de acordo com o profissional, podem variar caso a caso. Luiz Felipe Carvalho lista alguns deles: “dor ao se levantar, subir e descer escadas, ao flexionar os joelhos, ardência ao manter a perna dobrada e inchaços na região”.
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As dores decorrentes da condição podem ser intensificadas, conforme o médico, após exercícios de alto impacto. “Mas um erro comum é acreditar que o alto impacto vai levar à condromalácia, não necessariamente isto ocorre. O exercício físico para o joelho faz com que os músculos produzam enzimas protetoras para degeneração articular, contudo, quem tem condromalácia precisa, sim, evitar impactos, no entanto, exercícios físicos feitos sob orientação são necessários nesses casos”.
Já o diagnóstico pode ser feito através de exame físico, porém, o especialista afirma que o principal método de confirmação da condromalácia é através da ressonância magnética, pois este permite identificar “radiológicos que possibilitam diagnosticar a condição”.
Segundo o ortopedista, as mulheres de meia idade geralmente são mais afetadas pela condromalácia. Os motivos são diversos como “ação hormonal, neuromuscular, a mulher tem uma diferença de colágeno que o homem no corpo, então elas acabam se tornando mais suscetíveis à doença”, esclarece.
O médico pondera que condromalácia não afeta apenas pessoas mais idosas. Ele afirma que grande parte de sua incidência ocorre em pessoas mais novas, com idade entre 30 e 40 anos.
A condromalácia é uma condição que não tem cura, de acordo com o ortopedista. “No entanto, existem tratamentos que podem aliviar bastante seus sintomas e melhorar a mobilidade e qualidade de vida do paciente e prevenir o avanço da lesão”.
Existe um tratamento mais conservador, em que se prioriza fisioterapia, exercícios sem impactos e reforço muscular. O médico esclarece que cirurgias são opções de tratamento para casos mais graves, em que há graus mais elevados.
“Um tratamento mais inovador para condromalácia são as células tronco, que trazem ótimos resultados, elas entram no joelho já fazendo a diferenciação e desinflamação com renovação da cartilagem”.
Uma recomendação do profissional é que o paciente que possui a condição evite atividades que gerem dores no joelho, pois podem aumentar a lesão. Outra dica é para ajudar a diminuir a inflamação, ele sugere fazer uso de compressa de gelo, por cerca de 20 minutos, de 2 a 3 vezes por dia.
“Apesar destes cuidados, é essencial buscar ajuda médica, nunca espere sua dor piorar, cuide da sua dor desde o princípio pois ela vai impactar bastante na sua qualidade de vida como um todo”, reforça.
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Os exercícios indicados para quem tem condromalácia, de acordo com o especialista, são os que não possuem impacto e que evitem movimentos de dobrar muito o joelho. “O exercício sem impacto é protetor da cartilagem, especialmente o reforço do quadril, do tornozelo, do membro inferior como um todo, também é importante para o tratamento porque permite distribuir melhor a força”.