Eu não sei para vocês, mas, para mim, cuidar da alimentação é um desafio constante. Buscar uma dieta equilibrada, planejar refeições e balancear tudo estão sempre nas minhas metas semanais. Porém, quando veio o diagnóstico positivo para a Covid-19 eu parei para pensar e me perguntei, por muitas vezes: será que devo comer isso? Ou será que isso vai me ajudar a recuperar mais rápido?
Pensando nessa minha realidade bem recente, resolvi estrear esse espaço mostrando quais alimentos podem ajudar na recuperação da Covid-19 e quais os benefícios que consumi-los vai trazer. A seguir, trago um pouco do papo com uma nutricionista que aponta que dietas ricas em alimentos com propriedade anti-inflamatórias vão fortalecer o sistema imune e podem gerar bons resultados.
Aproveito para convidá-lo também a acompanhar essa coluna. Vou trazer por aqui assuntos de saúde, qualidade de vida, alimentação, atividades física e bem-estar. Toda quarta terá um post novo!
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A nutricionista Lorena Araújo explica que a inflamação desempenha um papel fundamental na Covid-19, por isso, é importante controlá-la e tratamentos anti-inflamatórios podem ser fortes aliados. Segundo ela, há evidências na literatura de que os alimentos e nutrientes afetam o funcionamento do sistema imunológico.
“Antes de tudo, é importante a gente entender que após a contaminação pelo SARS-CoV-2, o hospedeiro pode desenvolver níveis elevados de resposta inflamatória devido à tempestade de citocinas pró-inflamatórias que o vírus desencadeia”, explica.
A aposta então, para esse período, é em uma alimentação que priorize a ingestão alta de frutas, vegetais, legumes, azeites, grãos inteiros, nozes e gorduras monoinsaturadas. Lorena destaca ainda que o paciente deve consumir em baixa quantidade alimentos ricos em açúcar, alimentos industrializados, carnes processadas e vermelha.
A nutricionista reuniu uma lista com quatro grupos de alimentos que são promissores durante o período de contaminação da Covid-19. Ela explica que esses alimentos podem “prevenir ou atenuar as manifestações inflamatórias associadas ao coronavírus”.
A lista inclui alimentos com nutrientes como vitamina C, vitamina D, Vitamina E e zinco, que segundo a profissional, podem atuar modulando a resposta inflamatória, colaborando para o bom funcionamento do sistema imunológico e melhora da saúde intestinal.
“Consequentemente, isso pode vir a diminuir os riscos do desenvolvimento de complicações e infecções mais graves. Porém, é importante a gente reforçar que nada é 100% garantido”, completa Lorena.
Frutas cítricas, frutas vermelhas, brássicas (couve ou rabanete, por exemplo), folhas verdes, tomate e várias frutas e vegetais.
Essa vitamina é conhecida como "vitamina do sol", mas também pode ser encontrada em ovos, cogumelos, salmão, leite e laticínios e alimentos fortificados com vitamina D.
Nozes, sementes, folhas verdes e cereais fortificados.
Ovos, semente de abóbora, feijão, amêndoas.
A nutricionista explica que, dentre outros benefícios, esses alimentos atenuam as manifestações associadas à Covid-19. Eles são também fontes de fibras as quais ajudam a manter a saúde intestinal, o que também pode ser afetada durante a infecção pela doença.
“O perfil nutricional das frutas, legumes e vegetais é caracterizado por antioxidantes, vitaminas, minerais e fotoquímicos que incluem compostos fenólicos que conferem propriedades antioxidante, anti-inflamatória, além de outros benefícios”, comenta Lorena.
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A recomendação da nutricionista é de que esses alimentos sejam consumidos in natura. Outra opção é consumir cozido, caso de alguns legumes ou carnes.
Uma dica da nutricionista é para quem tem como sintoma a inflamação na garganta. Lorena sugere que, se esses pacientes tiverem dificuldades em ingerir alimentos sólidos, apostem em sucos, vitaminas, sopas e purês.
Já as quantidades ideais variam para cada pessoa, mas de maneira geral, segundo a nutricionista, “é recomendado pela OMS o consumo de 5 porções de 80g de frutas e legumes, por 5 dias ou mais durante a semana. Na prática, poderia ser uma porção de frutas no café da manhã, após o almoço como sobremesa e no lanche da tarde. E uma porção de vegetais e legumes no almoço e outra porção jantar”.