Açúcar demerara, refinado, mascavo ou orgânico? Veja se existe opção mais saudável

Nutricionista afirma que independente de qual tipo escolher, o ideal é o paciente ficar de olho no consumo geral da substância

Legenda: O recomendado por profissionais é o consumo de açúcar de adição de cinco por cento do total de calorias ingeridos no dia
Foto: Shutterstock

O consumo excessivo de açúcar pode trazer problemas para a saúde que variam desde a cárie dental até mesmo doenças crônicas e obesidade. Em busca de procurar uma opção mais saudável, algumas pessoas acabam trocando o refinado pelo açúcar mascavo, demerara ou orgânico. Mas será se essa mudança realmente funciona?  

A nutricionista Renata Queiroz explica que o açúcar de adição não pode ser considerado um alimento saudável, mas que pode estar inserido dentro de uma alimentação saudável com um consumo mais limitado a 5% do total de calorias ingeridos. As diferenças entre os tipos de açúcar são o refinamento.  

“A diferença do açúcar mascavo, refinado e demerara é o seu refinamento. O açúcar mascavo é aquele mais bruto, que vai ter um pouco mais de nutriente, mas a gente não procura esses nutrientes como o açúcar sendo fonte. Açúcar não é fonte de nutrientes. A diferença deles para o orgânico é que este é o açúcar produzido sem agrotóxicos”. 
Renata Queiroz
Nutricionista

A especialista detalha que o açúcar não traz nenhum nutriente que enriqueça ou contribua para a saúde e, por isso, ele não é considerado saudável. No caso do açúcar mascavo, que algumas pessoas apontam possuir ferro, ela diz que o paciente geralmente não consome esse produto em busca do nutriente, por isso, não o aponta como mais recomendado em comparação com os demais. 

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Sobre a quantidade de açúcar indicada para ser consumido por dia, a nutricionista afirma que os 5% do total de calorias ingeridos equivalem, em média, a uma colher de sopa para mulheres e duas para homens. Esses valores são indicados para adultos, no caso de crianças a profissional sugere que a ingestão seja menor e mais esporádica.  

A profissional revela também que retirar em 100% o açúcar de adição não faz mal, pois todo alimento já possui açúcar. Se o paciente decide por essa estratégia, o corpo vai retirar o açúcar dos alimentos, como os carboidratos. "Então, na verdade, uma pessoa que diz 'eu vou excluir o açúcar da minha refeição' não vai estar fazendo nenhum mal para o corpo dela".

Consumo de adoçante 

O adoçante, de acordo com a profissional, é indicado apenas para as pessoas que fazem grande consumo de açúcar ou para pacientes diabéticos. Dentre as opções, Renata recomenda os naturais como o stevia

Ela afirma ainda que esse uso deve ser moderado, pois alguns adoçantes podem causar disbiose intestinal. “A gente sabe que no caso dos diabéticos essa disbiose pode alterar também a glicemia”.  

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Qual tipo de açúcar diabético pode usar

Além de orientar o consumo de adoçantes, a nutricionista destaca que os diabéticos devem evitar o consumo de açúcar diário e, principalmente, o presente em líquidos. Segundo ela, não existe um açúcar mais indicado para esse grupo. 

“O consumo tem que ser moderado. Em alimentos líquidos, preferir consumir sem açúcar ou com consumo moderado de adoçantes. O melhor adoçante ainda seria o stevia que é natural e não é calórico”. 

Em relação às crianças com diabetes, ela explica ser necessário retirar o consumo de líquidos açucarados, pois eles elevam de forma mais rápido a glicemia. Sobre doces, no geral, a recomendação segue a mesma para crianças sem a doença.

“No caso de crianças, a gente orienta que o consumo de doce seja moderado, assim como com as crianças que não têm diabetes”.