Domingos Filho defende autonomia do PDT na escolha do candidato e acordo com Ciro para presidente

Presidente do PSD no Estado pleiteia vaga na chapa majoritária, mas diz ser "deselegante" interferir em uma escolha na cabeça de chapa

Escrito por
Inácio Aguiar inacio.aguiar@svm.com.br
(Atualizado às 12:31)
Legenda: Domingos tem levado eventos dos PSD a todas as regiões do Estado na pré-campanha
Foto: Divulgação

Ex-vice-governador do Estado e ex-presidente da Assembleia Legislativa, Domingos Filho é um dos políticos mais experimentados do Ceará e preside um importante partido da base aliada ao governo do Estado, o PSD. Ele está preparando o partido, com perícia, para uma eleição que considera difícil, mas além das chapas proporcionais azeitadas, considera que diante das circunstâncias, o partido faz jus a uma vaga na chapa majoritária que deve ser o cargo de vice-governador.

O PSD, além de capilaridade no Interior do Estado, com lideranças de praticamente todas as macrorregiões, carrega um bom tempo de TV e recursos do fundo eleitoral para contribuir com o projeto que está em andamento.

Em conversa com este colunista, o presidente estadual da sigla é cauteloso em relação às definições eleitorais na chapa.

Veja também

Ele destaca que todos os passos do PSD neste momento de pré-campanha são com cuidado para não gerar mal-estar na aliança, diante do momento de indefinição no PDT, cujas pré-candidaturas do ex-prefeito Roberto Cláudio e da governadora Izolda Cela se destacam.

As definições, acredita ele, devem ficar para o fim de julho ou começo de agosto, prazo das convenções. Por isso, reforça, não precisa de “pressa” em relação a isso, do ponto de vista do partido.

Outro ponto que ele comenta é a disputa de bastidores em relação aos nomes. Para o ex-parlamentar, é impróprio e ‘deselegante’ para qualquer partido interferir em escolhas que cabem a outros dentro de uma aliança. Ele se refere à escolha do candidato ao governo do Estado que – pelo menos isso é consenso – deve partir do próprio PDT.

Nos bastidores, há uma forte disputa, que deu uma arrefecida nos últimos dias, para fortalecer nomes nessa disputa. O PT, por exemplo, defende o nome da governadora, assim como o PP, após pronunciamento do deputado Zezinho Albuquerque na Assembleia, na última semana.

Domingos reforça que a escolha cabe ao PDT. O que ele admite é que o comando do grupo governista deva reunir os aliados diante dos fatos e das evidências e ouvir a análise dos aliados. E aí, sim, o momento para se aprofundar os diálogos sobre a escolha.

“Se o importante é manter o projeto e você aponta um ou outro nome, você sai do campo amplo e personaliza essa escolha. Não é lógico”.
Domingos Filho
Ex-vice-governador

Tratativas nacionais

No Brasil, o PSD, comandado pelo ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, ainda discute a posição que tomará na eleição presidencial. As possibilidades mais reais para o momento é liberar os filiados ou apoiar a candidatura de Ciro Gomes (PDT).

Nesse contexto, o PSD do Ceará e a conjuntura local têm um certo peso. Na consulta feita aos Estados, o PSD do Ceará se manifestou a favor do apoio a Ciro. No Amazonas, na Bahia e em Minas Gerais, há uma preferência pelo ex-presidente Lula.

Ainda haverá muitos debates, por isso, ele sentencia: “qualquer coisa em momento de pré-campanha é protocolo de intenções”.

Domingos, cuja esposa é prefeita de Tauá, deverá ter os dois filhos envolvidos na disputa por votos: Domingos Neto a deputado federal e Gabriela Aguiar a deputada estadual.