Domingos Filho defende autonomia do PDT na escolha do candidato e acordo com Ciro para presidente

Presidente do PSD no Estado pleiteia vaga na chapa majoritária, mas diz ser "deselegante" interferir em uma escolha na cabeça de chapa

Legenda: Domingos tem levado eventos dos PSD a todas as regiões do Estado na pré-campanha
Foto: Divulgação

Ex-vice-governador do Estado e ex-presidente da Assembleia Legislativa, Domingos Filho é um dos políticos mais experimentados do Ceará e preside um importante partido da base aliada ao governo do Estado, o PSD. Ele está preparando o partido, com perícia, para uma eleição que considera difícil, mas além das chapas proporcionais azeitadas, considera que diante das circunstâncias, o partido faz jus a uma vaga na chapa majoritária que deve ser o cargo de vice-governador.

O PSD, além de capilaridade no Interior do Estado, com lideranças de praticamente todas as macrorregiões, carrega um bom tempo de TV e recursos do fundo eleitoral para contribuir com o projeto que está em andamento.

Em conversa com este colunista, o presidente estadual da sigla é cauteloso em relação às definições eleitorais na chapa.

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Ele destaca que todos os passos do PSD neste momento de pré-campanha são com cuidado para não gerar mal-estar na aliança, diante do momento de indefinição no PDT, cujas pré-candidaturas do ex-prefeito Roberto Cláudio e da governadora Izolda Cela se destacam.

As definições, acredita ele, devem ficar para o fim de julho ou começo de agosto, prazo das convenções. Por isso, reforça, não precisa de “pressa” em relação a isso, do ponto de vista do partido.

Outro ponto que ele comenta é a disputa de bastidores em relação aos nomes. Para o ex-parlamentar, é impróprio e ‘deselegante’ para qualquer partido interferir em escolhas que cabem a outros dentro de uma aliança. Ele se refere à escolha do candidato ao governo do Estado que – pelo menos isso é consenso – deve partir do próprio PDT.

Nos bastidores, há uma forte disputa, que deu uma arrefecida nos últimos dias, para fortalecer nomes nessa disputa. O PT, por exemplo, defende o nome da governadora, assim como o PP, após pronunciamento do deputado Zezinho Albuquerque na Assembleia, na última semana.

Domingos reforça que a escolha cabe ao PDT. O que ele admite é que o comando do grupo governista deva reunir os aliados diante dos fatos e das evidências e ouvir a análise dos aliados. E aí, sim, o momento para se aprofundar os diálogos sobre a escolha.

“Se o importante é manter o projeto e você aponta um ou outro nome, você sai do campo amplo e personaliza essa escolha. Não é lógico”.
Domingos Filho
Ex-vice-governador

Tratativas nacionais

No Brasil, o PSD, comandado pelo ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, ainda discute a posição que tomará na eleição presidencial. As possibilidades mais reais para o momento é liberar os filiados ou apoiar a candidatura de Ciro Gomes (PDT).

Nesse contexto, o PSD do Ceará e a conjuntura local têm um certo peso. Na consulta feita aos Estados, o PSD do Ceará se manifestou a favor do apoio a Ciro. No Amazonas, na Bahia e em Minas Gerais, há uma preferência pelo ex-presidente Lula.

Ainda haverá muitos debates, por isso, ele sentencia: “qualquer coisa em momento de pré-campanha é protocolo de intenções”.

Domingos, cuja esposa é prefeita de Tauá, deverá ter os dois filhos envolvidos na disputa por votos: Domingos Neto a deputado federal e Gabriela Aguiar a deputada estadual.