O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) admitiu, nesta segunda-feira (30), em Fortaleza, que “acumulou desgaste” no Ceará e atribui isso à “defesa do projeto” que está no Poder no Estado. Segundo ele, o “enfrentamento” lhe “tirou a unanimidade”. Ciro declarou ainda que a escolha do candidato do PDT ao governo do Estado será feita ouvindo à população e voltou a criticar o que chamou de "uma parte do PT".
A declaração do ex-governador foi em entrevista coletiva concedida na Câmara Municipal de Fortaleza, no lançamento da Escola do Parlamento. Ciro se referia aos embates entre aliados na sucessão estadual. Ele acusou “uma parte” do PT de mandar “recados pelos jornais” e tentar “implodir a aliança”.
No início de maio, Ciro disparou críticas aos petistas. Disse ele que há uma “parte corrupta do PT que existe aqui no Ceará” e que ele iria enfrentá-la também, caso fosse preciso, em referência a um rompimento da aliança estadual.
Na oportunidade, o PT fez uma dura nota rebatendo o ex-ministro. Entre as citações estava a de que Ciro, atualmente, estaria “amargando a terceira colocação em todas as sondagens feitas no Ceará” na corrida presidencial.
Nos bastidores, fontes desta Coluna apontam que sondagens recentes têm apontado o ex-ministro em desvantagem na corrida presidencial no Estado nos cenários até aqui.
Ciro ainda não comentou o assunto, mas agora, pela primeira vez, admite algum desconforto.
“Se eu acumulei algum desgaste (no Ceará), e compreendo que acumulei, na luta do Ceará, não foi em nenhum gesto que tenha feito a meu favor. Foi sempre em defesa do projeto, do Cid, do Camilo Camilo Santana, no enfrentamento dos motins”.
O ex-gestor continuou dizendo que esse “enfrentamento” lhe “tirou a unanimidade”. “Eu ganhei a eleição em Fortaleza, saindo da Prefeitura para governador, em todas as urnas da cidade. Tenho gratidão e um respeito imenso. Poucos sabem como foi duro virar o jogo neste Estado”.
Corrida estadual
Ciro reforçou que o PDT não irá aceitar imposição em relação ao nome a ser escolhido. Segundo ele, está dito na aliança, mesmo que exista risco de traição, que cabe ao PDT a indicação do candidato.
“Nós vamos fazer como sempre fizemos. Aquele que for o melhor para a população do Ceará. E como a gente faz isso? Consultando a população, em vez de fazer conchavo”.
Ele encerrou dizendo que todos os pré-candidatos do PDT teria os “pré-requisitos” para ocupar o cargo. “Diante disso, por que eu ou qualquer militante do PDT vai aceitar uma intrusão, pelos jornais, desse ou daquele nome entre nós? O que eles estão fazendo é espalhar intrigas para destruir o projeto”.