Antes de começar tecer alguns comentários sobre o atual momento do Campeonato Cearense, deixo claro que sou um defensor dos Estaduais e vejo que ainda há potencial de crescimento na competição. Nada de extinção.
A imagem que eu tenho do Cearense é de Castelão lotado, seja com Clássico-Rei ou com a presença de Ceará ou Fortaleza contra outras forças locais. Com o assunto estando na cabeça do torcedor durante toda a semana e permeando toda a temporada, virando até pauta nacional.
Mas precisamos ser honestos que isso virou coisa do passado. A competição perdeu relevância. Os fatos são fáceis de atestar pelo nível de interesse dos torcedores, que pouco comparecem aos estádios, gerando prejuízos milionários nos borderôs.
A visibilidade é muito menor do que foi outrora. Ceará e Fortaleza atuam por força de obrigação histórica. Até os torcedores torcem por força de obrigação.
A verdade é que se não houvesse um tetracampeonato do Fortaleza em jogo, com todo o contexto de Nordestão, Copa do Brasil, Sul-Americana, Libertadores e Série A pela frente, a tendência é que os times atuassem com suas equipes B ou C, como fazem com a Fares Lopes.
Até mesmo os emergentes do futebol cearense, como Floresta e Atlético-CE, já não precisam do Estadual atualmente, tendo em vista que têm calendário cheio no Nordestão (caso do Floresta) e Série C. Eles não investem em elencos para competição.
Pra piorar a situação, um mar de lama que invadiu o certame, com um Crato suspeito em todos os jogos. A solução dada em suspender o evidente time infrator em apenas uma partida era obviamente frágil. A situação pode retornar para um processo longo, que pode inviabilizar o término do torneio.
Situações que só geram lamentação pelo que esta competição já foi. Um sucesso em todos os sentidos. O temor é para quando não houver um título relevante (um tetra ou penta) em disputa. Estadual pode não passar de uma Fares Lopes com outro nome.