Quando o Ceará anunciou a contratação de Guilherme Castilho, estabeleceu uma nova marca: a de maior aquisição da história do futebol cearense. R$ 9,6 milhões por 65% dos direitos econômicos. E muitos torcedores já levantaram a discussão: foi extremamente caro. O valor é elevado, sem dúvidas. Mas o que é um jogador caro para um clube de futebol?
Repito, para deixar claro: o investimento é alto. Já seria grande mesmo que para um atacante goleador, ou um camisa 10. Mesmo assim, está dentro do orçamento do clube, que na projeção para 2022 já havia estimadoR$ 11,4 milhões para aquisição de direitos econômicos de novos atletas.
Mas o Ceará faz este movimento de mercado por acreditar que Castilho, de 22 anos, tem potencial para bom retorno esportivo já de imediato e, no futuro, financeiro.
Aqui vale lembrar que o Alvinegro tem, a cada temporada, se consolidado mais como clube vendedor, negociando atletas para diversos mercados do exterior. Foi assim com Charles, com Rick, com Saulo Mineiro, com Mateus Gonçalves, com Tiago Pagnussat, com Valdo e por aí vai. Então há margem para venda do futura.
O que é jogador que custa caro?
Caro é jogador ruim e que não dá retorno esportivo ou financeiro. Caro para o Ceará foi manter, por um bom tempo, jogadores como Gabriel Dias, Marlon, William Oliveira, Pedro Naressi, Marthã, Yony González, Gabriel Santos, Jacaré, Wendson, Airton, Hélio Borges e cia.
Hoje, caro tem sido manter Jael, que não entrou em campo em 2022. Dentinho, que foi anunciado em março e, até agora, só fez 8 jogos, passou 129 minutos em campo, não fez nenhum gol e perdeu pênalti contra o CRB. Matheus Peixoto, que chegou badalado mas ainda não marcou nenhum gol. Atletas que estão onerando a folha salarial mensal e em nada têm contribuído dentro de campo.
Caro foi Wescley, que custou R$ 4,4 milhões e teve passagem apagadíssima. Caro foi Leandro Carvalho, que pouco fez. Assim como caro foi Renato Kayzer no Fortaleza, que perdeu a liderança no ranking de aquisições mais caras após uma passagem terrível.
O jovem meio-campista, que acumula passagens por Confiança-SE, Juventude (onde viveu o melhor momento) e Atlético-MG, é muito bom jogador. Um 2º volante que tem qualidade no passe, chega à frente para finalizar, ajuda na construção de jogadas e tem boa bola parada.
Como diz Tom Barros, toda contratação é uma operação de risco. Mas estando dentro do orçamento do clube, com margem de crescimento e potencial para ser negociado, se jogar o que sabe, chega para ser titular e vendido. E, rendendo bem, não será caro.