O ponto conquistado no empate em 0 a 0 contra o Flamengo, atual campeão brasileiro, vice-líder da competição e dono do segundo melhor ataque do torneio, deve ser valorizado pelo Fortaleza. Pelo fato que o adversário teve as melhores chances de gol (Pedro perdeu um pênalti e Felipe Alves fez um milagre na segunda etapa) e sobretudo por um outro aspecto: a melhora de postura.
O Fortaleza foi outro na noite deste sábado (26). No Clássico-Rei foi um time apático e que foi dominado. Contra o Fla, teve mais entrega e disposição, apresentando aspectos positivos, como a organização defensiva, que foi capaz de frear o ataque que já marcou 46 gols em 26 jogos no Campeonato Brasileiro.
A marcação esteve mais encaixada e dificultou a articulação do adversário, que contava com um quarteto ofensivo extremamente perigoso, formado por Arrascaeta, Everton Ribeiro, Bruno Henrique e Pedro.
No sistema defensivo, Felipe Alves foi mais uma vez muito bem e decisivo. Paulão teve grande atuação e fechou 2020 como o melhor zagueiro do futebol nordestino nesta temporada. Felipe fez uma partidaça e Carlinhos e Gabriel Dias também foram bem.
Entretanto, no aspecto ofensivo, o Tricolor deixou a desejar. No primeiro tempo, não ameaçou. Na etapa final, conseguiu ter mais presença no campo de ataque e finalizou na meta de Hugo Souza (o Fortaleza teve quatro finalizações na direção do gol, enquanto o Flamengo teve três), mas não o suficiente para vencer o jogo.
O resultado, em si, não é ruim. O que traz um peso ao Fortaleza é o contexto. Antes, eram duas derrotas seguidas, para concorrentes diretos (Bragantino e Ceará).
Agora, são cinco jogos sem vitórias. Ampliando o recorte, contando com os duelos da Copa do Brasil, Tricolor só triunfou em uma das últimas 12 partidas.
Não dá para acreditar, portanto, que um empate é excelente neste cenário.
No fim das contas, o empate com o Flamengo acaba sendo paradoxal.
Certo é que no dia 6 de janeiro, contra Sport, será uma verdadeira decisão para o Fortaleza.