Bahia e Ceará se enfrentariam neste sábado (2), pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro. O jogo, porém, foi adiado, em decisão que favorece ao time baiano e prejudica o cearense. A indignação do presidente Robinson de Castro se justifica. O Ceará foi quem saiu perdendo no Conselho Técnico da Série A, realizado nesta terça-feira (28), de forma virtual, que definiu o retorno do público aos estádios.
Ponto inicial: a volta de público para 100% dos times só não ocorre porque o governo estadual da Bahia não liberou. O governador Rui Costa afirmou que em 15 dias irá reavaliar o cenário (no dia 11 de outubro).
Com isso, sem permissão para mandar jogos com público em seu estado, Guilherme Bellintani afirmou que não seria contra apoiar o retorno, contanto que a partida contra o Ceará fosse adiada.
Prejuízo alvinegro
O primeiro ponto prejudicial ao Ceará é que o Alvinegro já estava com a logística toda preparada para a partida e tem que cancelar tudo. "Já estávamos com passagem comprada, hotel reservado e tudo pronto para viajar na sexta-feira e jogar no sábado. E se cancela o jogo três dias antes. É complicado", disse Robinson de Castro.
Outra clara questão esportiva é perceptível: o Ceará vem de vitória sobre a Chapecoense, em que jogou bem. Vem embalado por um resultado positivo e na 11ª colocação, com 28 pontos. O Bahia vem de três jogos sem vencer e derrota para o Inter, acabando de entrar na zona de rebaixamento e vivendo grande crise interna, com atrasos de salários e jogadores manifestando insatisfação publicamente.
Hoje, é inegável que o momento do Bahia é pior que o do Ceará. O Tricolor quer, então, ganhar tempo para enfrentar o Alvinegro futuramente em condições melhores que as atuais.
Jogos adiados
O Ceará já tem o jogo contra o Palmeiras a realizar (pela 19ª rodada, que foi adiado). Agora, o do Bahia. E pode ter mais dois. Os próximos adversários do Vovô são Internacional (dia 6/10) e Atlético-MG (dia 9/10). Porém, os dois times possuem jogadores convocados para seleção, o que pode fazer com que estas partidas sejam adiadas.
"Não sei o que vai acontecer nos jogos contra Inter e Atlético-MG. É minha preocupação maior", disse Robinson de Castro.
Portanto, há a possibilidade que o Ceará só volte a jogar contra o São Paulo, pela 26ª rodada, no dia 13 de outubro. Seriam 18 dias sem jogos, com perda de ritmo de jogo e quebra da sequência de evolução que poderia ocorrer com Tiago Nunes.
Sem contar que, caso não jogue contra o Inter, perderá a partida escolhida como evento-teste e que marcaria o retorno dos torcedores alvinegros ao estádios.
Maratona
Não bastasse ficar vários dias sem atuar agora, o Ceará precisará encarar uma verdadeira maratona de jogos mais na frente, pela necessidade de encaixar as quatro partidas adiadas agora. É certeza que o calendário ficará apertado.
Em resumo: mesmo com autorização do Governo do Estado para receber público e sem jogadores convocados, o Alvinegro será diretamente afetado por conta dos adversários.
"Com certeza não foi por interesse coletivo, foi pessoal. Tem horas que as pessoas fazem discurso do coletivo, mas pensam com egoísmo", concluiu o mandatário alvinegro.