Indústria cearense apresenta pior performance do Nordeste

Legenda: A indústria nordestina, refletindo em grande medida os resultados do Ceará (-4,9%) e Pernambuco (-2,3%), registrou queda na produção industrial de 1,0%.
Foto: Fabiane de Paula

A indústria cearense, em 2022, apresentou a pior performance entre os estados do Nordeste, segundo aponta o IBGE. A produção física industrial do Ceará registrou queda de 4,9% em 2022, quando comparado com o ano de 2021.

Em nível nacional, o desempenho industrial cearense no ano passado ficou em antepenúltimo lugar. Os estados do Pará e Espírito Santo registraram recuo na produção industrial de 9,1% e 8,4%, respectivamente. A produção industrial recuou em oito dos quinze estados pesquisados pelo IBGE.

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INDÚSTRIA NO NORDESTE EM 2022

A indústria nordestina, refletindo em grande medida os resultados do Ceará (-4,9%) e Pernambuco (-2,3%), registrou queda na produção industrial de 1,0%.

A Bahia, com crescimento de 2,4%, foi o único estado a apresentar performance positiva na região Nordeste. O resultado baiano está diretamente relacionado com a baixa base de comparação, haja vista que em 2021 apresentou retração de 13,2%, em grande parte pela desativação da planta automobilística da Ford.

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PERFORMANCE DA INDÚSTRIA NOS ÚLTIMOS ANOS

Desde 2020, a indústria cearense apresenta resultados inferiores ao indicador nacional. Em 2022, a produção industrial cearense só não foi pior que o ano de 2020, que foi marcado pelo forte impacto da pandemia de Covid na atividade econômica.

A inflação e os juros nas alturas em 2022 foram as principais variáveis econômicas que atuaram contra a indústria, pois reduziram a capacidade de consumo das famílias e assim repercutiram no menor volume de vendas do comércio e dos pedidos às indústrias.

RAIO-X DA INDÚSTRIA NORDESTINA EM 2022

Entre as atividades industriais, a fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis, com crescimento de 13,1%, anotou o melhor resultado na indústria cearense no ano passado.

Em outro sentido, a confecção de artigos do vestuário e acessórios, que tem grande relevância na atividade econômica do Ceará, sobretudo pela capacidade de geração de empregos, apresentou forte retração de 32,8% na produção.

O cenário para 2023, infelizmente ainda não é alvissareiro para a indústria. A indústria depende fortemente do aquecimento do comércio, de forma que os juros elevados, o nível de endividamento, além da carga tributária do setor, são fatores que prejudicam a retomada da produção industrial.

Grande abraço e até a próxima semana.

Este texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor



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