Os últimos 4 meses não tem sido fáceis para o investidor na bolsa de valores. O principal índice da bolsa de valores, o Ibovespa, que contempla os principais ativos de renda variável do Brasil, está em queda há quatro meses e recua 18,4% no período. Somente no último mês de outubro a queda foi de 6,7%.
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As empresas cearenses, que têm ações na bolsa, também passam por situação difícil na performance dos ativos. O Índice de Ações Cearense (IAC), que é calculado pelo Núcleo de Práticas Econômicas (NUPE) do curso de Economia da Universidade de Fortaleza, apresenta recuo de 21,0% nos últimos 4 meses. Em outubro, o valor de mercado das empresas cearenses na bolsa caiu 13,5%.
Sinceramente, a variável que apresenta alta mais evidente nos últimos meses é o estresse dos investidores, sobretudo aqueles que possuem ações.
Assim como na vida, nos investimentos, o equilíbrio sempre deve ser buscado. Serenidade e atuar de maneira inteligente na carteira de investimentos, com suporte de profissionais especializados, devem estar presentes na cabeça dos aplicadores.
Caro leitor, uma poderosa estratégia para mitigação de perdas e de potencialização de retornos no longo prazo se chama: diversificação.
É notório que a renda fixa está de volta na preferência dos investidores. Contudo, renda fixa e variável, devem estar em equilíbrio, de forma que a “calibragem”, ou seja, o montante entre as duas modalidades de investimentos, necessita estar baseada no perfil de cada investidor. Entretanto, a renda fixa é apenas uma das possibilidades.
Além da renda fixa, a diversificação da carteira, principalmente em momentos complexos, pode contemplar investimentos no exterior ou atrelados a ativos estrangeiros.
Em finanças, o exemplo clássico de proteção de perdas na bolsa, por meio de correlação negativa, é a combinação entre ativos da bolsa e o dólar. No caso, usar a estratégia de dolarizar a carteira e escolhendo bons ativos no exterior, é uma estratégia inteligente que deve estar no radar dos investidores.
Para investir no exterior, existem múltiplas possibilidades, que além de investir diretamente em outro país, o investidor tem a sua disposição, aqui mesmo no Brasil, os BDRs (Brazilian Depositary Receipt), ETFs (Exchange Traded Fund) e fundos de investimentos que possuem alocação de recursos no exterior.
Sobre investimentos diretamente no exterior, convido você para a leitura da coluna Do Ceará para Wall Street.
Portanto, a diversificação da carteira, por meio de diferentes ativos de renda fixa e variável, mas também com olhar para o exterior, podem melhorar sensivelmente os retornos financeiros e atenuar a volatilidade da carteira.
Nos últimos 4 meses, o câmbio real/dólar subiu 13,4%. Já o S&P 500, primo rico do Ibovespa, que é o principal índice da bolsa norte-americana, apresenta alta de 7,2%.
O cenário dos investimentos no Brasil é de dificuldade. Mas nunca esqueça que estamos em uma jornada de longo prazo. Investir não é uma corrida de 100 metros, mas sim uma maratona, que dificuldades sempre aparecerão no trajeto.
Por fim, recomendo fortemente procurar orientação de profissionais da área de finanças, pois a partir do seu perfil, objetivos e horizonte dos investimentos, poderão lhe ajudar nesse percurso.
Grande abraço e até a próxima semana!
Este texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.