O técnico argentino Juan Pablo Vojvoda segue morando no Centro de Excelência do Fortaleza. Após 18 dias da chegada ao solo cearense, o profissional escolheu ficar no Pici para acelerar adaptação ao clube e os fluxos internos de trabalho antes da Série A. O detalhe: a comissão técnica foi para novas residências.
Da comitiva internacional, apenas o treinador optou por seguir alojado na estrutura - a gestão até ofereceu um local de luxo, com vista para o mar, em pedido negado. Os auxiliares Gastón Liendo e Nahuel Martínez, além do preparador físico Adrián Vaccarini aceitaram as ofertas de transferência.
Assim, o início de Vojvoda é marcado pela intensidade e a dedicação na rotina com os funcionários. Há um esforço também de se fazer compreendido devido às diferenças do idioma na comunicação.
No aspecto estrutural, as primeiras impressões foram de aprovação. Sob comando do argentino, o clube inaugurou um campo de treino no CT Ribamar Bezerra, em investimento de R$ 879 mil, e um setor de recuperação física dos atletas no Pici, com custo próximo de R$ 600 mil.
"Posso dizer que ele gostou muito do que viu. Gostou demais do campo do CT, no nível dos melhores que viu. Chegou e recebeu um campo, com duas semanas depois recebeu área de recuperação de atletas, e está muito contente. Geralmente, (técnico) conversa com o Paz e os diretores, aí o Paz fala da demanda e marca reunião. Estou aguardando esse tempo de conversa, até agora só elogios das áreas que recebeu", explicou Rodrigo Monteiro, diretor de patrimônio.
A tendência é que o profissional participe do processo de crescimento estrutural tricolor, principalmente pelas experiências no futebol argentino e chileno. Apesar de setores responsáveis, a gestão busca o diálogo com as comissões técnicas para sugestão de melhorias nos equipamentos.
Estágio da Reforma
A diretoria do Fortaleza iniciou a transformação da sede do clube em Centro de Excelência, no Pici, durante 2018. Após cerca de uma década estagnado no âmbito estrutural, a gestão liderada por Marcelo Paz destinou recursos para deixar um legado fixo para a instituição leonina no futuro.
A obra envolve vários núcleos voltados à profissionalização dos setores, com foco em atletas e comissão técnica. No momento, 80% do planejado foi concluído. A pandemia de Covid-19 desacelerou o processo, mas o clube manteve as metas e os investimentos.
Mesmo com déficit, o time reformou refeitório, vestiários, academia, além de construir auditório de preleção, sala do CIFEC, laboratório de fisiologia, consultório médico e setor de recuperação de atletas. Das fases de execução, o setor alvo atual é o alojamento Ribamar Bezerra, que será transformado em hotel integrado com o já existente Otoni Diniz, formando dois espaços para atletas.
A ideia é ter 21 suítes duplas em funcionamento até o fim de 2021. A sala de troféus também entra no rol das próximas entregas. Já com prazos mais alongados, inclusive em 2022, há a sala de imprensa e o setor administrativo.