Vexame da Seleção Brasileira no Pré-Olímpico é mais um fracasso na conta da CBF

Atual bicampeão, o Brasil está fora dos Jogos Olímpicos de Paris

Legenda: A Seleção Brasileira não conseguiu a vaga para os Jogos Olímpicos de 2024
Foto: Federico Parra / AFP

O futebol brasileiro precisa de cuidados. Não é de hoje que os problemas se somam aos montes na gestão do maior esporte do país, com fracassos que se sucedem e se superam, como o novo vexame: eliminação da Seleção Brasileira, que ficou sem vaga para os Jogos Olímpicos de Paris.

É evidente: podemos focar no âmbito desportivo, foi apenas um resultado. No entanto, quando se analisa o Raio-X da modalidade, é fácil diagnosticar que há problema de gerência e tomada de decisão.

Assim, o fora de campo é mais impactante que o talento. O Brasil é o atual bicampeão olímpico - Rio de Janeiro (2016) e Tóquio (2021) - e conseguiu ser eliminado em um grupo com quatro equipes, onde duas se classificaram. Venceu a Venezuela, mas perdeu para o Paraguai e para a Argentina.

Uma geração formada pelos atacante Endrick, titular do campeão nacional Palmeiras, e John Kennedy, herói da conquista da Taça Libertadores pelo Fluminense. Com baixo funcionamento coletivo.

Um time sem o DNA do Brasil, quase um reflexo da temporada da seleção principal. Em 2023, escolhemos ficar sem treinador efetivo por meses com a esperança do italiano Carlo Ancelotti, que nunca disse que deixaria o Real Madrid, aceitasse um convite que foi recusado mais de uma vez.

Ednaldo Rodrigues é o atual presidente da CBF
Legenda: O baiano Ednaldo Rodrigues é o atual presidente da CBF
Foto: divulgação / CBF

Perdemos para Senegal e Marrocos, depois trouxemos Fernando Diniz, que se dividiu entre a equipe e o Fluminense, engatamos uma sequência negativa sem precedentes nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026 e encerramos o trabalho antes do prazo - agora chegou Dorival Júnior.

No ano passado, a Seleção Sub-20 foi eliminada da Copa do Mundo da categoria para Israel. Sem contar que o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, terminou afastado do cargo em imbróglio judicial com outros dirigentes, retornando ao posto logo no início da temporada de 2024.

Os últimos mandatários da CBF, inclusive, não concluíram as gestões por escândalos, seja de corrupção ou sexual, como Ricardo Teixeira, José Maria Marin, Del Nero e Rogério Caboclo.

É fato: a camisa amarela, pentacampeã mundial, deve ser mais cuidada e respeitada, com urgência. A CBF precisa de uma profunda reformulação.