Executivo do Ceará, Juliano fala de Série B, elenco, assédio do mercado e reforços; veja entrevista

O profissional chegou para auxiliar o departamento de futebol alvinegro

Legenda: O Ceará remontou o elenco para a temporada de 2023
Foto: Felipe Santos / Ceará

O Ceará estreia na Série B de 2023 nesta sexta-feira (14), contra o Ituano, às 21h30, no estádio Novelli Júnior/SP. É o início da caminhada alvinegra com o sonho de retornar para a elite nacional.

O Diário do Nordeste conversou com Juliano Camargo, executivo de futebol do Ceará, sobre o trabalho até o torneio nacional, a montagem do elenco e ainda os movimentos do mercado da bola.

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O profissional chegou em Porangabuçu no fim de 2022 com a missão de auxiliar no departamento de futebol, ao lado do diretor de futebol Albeci Júnior e do coordenador técnico PC Gusmão. Com respaldo da gestão, tem experiência na 2ª divisão em passagens por Sampaio Corrêa e Criciúma.

Entrevista com Juliano Camargo, executivo do Ceará

Juliano Camargo em ação pelo Ceará
Legenda: Juliano Camargo é o atual executivo de futebol do Ceará
Foto: divulgação / Ceará

DN: Como o departamento de futebol projeta a sequência de 2023 e a disputa da Série B?

"É um desafio grande. Acho que ter começado a temporada da maneira como foi, com os resultados que vieram, nos dá um respaldo sim. A gente acredita que está no caminho certo, a montagem e a testagem desse elenco nos dá uma tranquilidade, sabendo que precisamos de alguns ajustes, peças pontuais, mas estou satisfeito. O torcedor não tem essa ideia do nosso dia a dia, mas o comprometimento dos atletas, da comissão, os processos que colocamos teve resultado. Estou orgulhoso com o que fizemos e o respaldo do grupo nos oferece tranquilidade para a continuidade”.

DN: O Ceará entra na Série B com responsabilidade de voltar à Série A, como recebem isso?

"A gente sabe da responsabilidade, que é o time grande, o foco de todo mundo. O Ceará entra na competição com mais outros clubes brigando por título, na teoria. A gente precisa transformar isso para virar protagonista. É diferente, a responsabilidade aumenta, mas estamos bem, o Ceará nos dá esse respaldo, de estrutura e financeiro, para sermos os protagonistas dessa competição".

DN: Como avaliam o trabalho do técnico paraguaio Gustavo Morínigo no início de 2023?

"O entrosamento é 110%. O Gustavo (Morínigo) nos deixa à vontade, tem muita troca, existe uma diferença de cultura, mas a escolha foi pela experiência dele no futebol brasileiro, dentro da divisão, já tinha esse acesso, foi um parâmetro, mas no dia tem um entrosamento excelente, muito aberto, e temos tido essa troca, como é a nossa cultura, a cultura do futebol paraguaio, e fica mais fácil os ajustes você ganhando do que com dificuldade do resultado. Temos muito para melhorar, ele sabe disso, muito consciente, às vezes tem pós-jogo de vitória e ele não está satisfeito, fala o que tem de melhorar, mas o pensamento dele está muito ajustado com o departamento de futebol”.

Gustavo Morínigo observa prancheta em treino do Ceará
Legenda: Gustavo Morínigo pretende utilizar diversos esquemas táticos no comando do Ceará
Foto: divulgação / Ceará

DN: Qual a sua avaliação do elenco do Ceará? O clube precisou remontar o grupo para 2023.

“Eu, particularmente, acredito muito no nosso elenco, é muito qualificado, e temos vários jogadores que estão como opção hoje, podem brigar por posição, e foram protagonistas na Série B passada, então a gente sabe que é questão de tempo (a evolução). A minha função é dar o máximo de repertório possível, e em relação ao elenco, estou tranquilo. Tenho certeza, porque faço esse exercício, se eu não gostaria de ter esses jogadores em outro time da Série B, não tenho dúvida, a gente sabe da cobrança do torcedor e com razão, e a nossa obrigação é ficar atento ao mercado”.

DN: A janela de transferência segue até o dia 20. O Ceará ainda busca reforços no mercado?

"Não gosto de falar em uma posição ou outra porque se eu tiver uma grande oportunidade em uma posição que eu já tenho, vamos tentar trazer. Acredito que estamos bem, mas temos que buscar mais peças. Temos de saber também que a nossa equipe vai virar foco porque tem a Série A, e vamos ter muitas consultas, como já temos por diversos atletas, assédio de querer uma transferência para Série A e até do exterior, e se isso for uma coisa importante, temos a obrigação de ir ao mercado para trazer uma reposição. Acho que a gente precisa reforçar, mas também ter cuidado nas peças importantes que podem sair em uma eventual janela, principalmente no meio do ano".

Erick comemora gol
Legenda: Erick atravessa grande fase com a camisa do Ceará em 2023
Foto: Thiago Gadelha / SVM

DN: Com o assédio do mercado, como o Ceará está resistindo para manter a base do time?

"Se é uma situação importante para o clube e também para o atleta, a gente conversa. Não em uma transferência simples que não deixa algo ao clube. Acredito que a nossa maior venda é o acesso à Série A, não tem transferência nenhuma que nos dará o que a Série A nos daria, então temos que segurar (os destaques do elenco). Esses jogadores como o Erick, que estão com confiança, têm sequência, vão aparecer mais ao mercado, é uma questão natural, mas internamente temos isso: se não vier com dinheiro, não acontece. Agora, hoje, todos os contratos possuem multa rescisória”.

DN: O Ceará possui muitos jovens no elenco principal, como David Ricardo, Castilho e Vitor Gabriel. A busca por esse perfil faz parte da estratégia na análise do mercado?

"A gente trabalha para deixar um ativo no clube, e isso é um fator que faz a gente buscar jogador dentro de uma faixa etária. Claro, primeiro é a performance, a busca por uma característica que entre no modelo de jogo, e aí vamos buscar jogadores que podem criar ativo. O Erick também é jovem, o Janderson é Sub-23 também, tem mais saúde, e a competição exige isso, ser competitivo, e ser jovem nos ajuda. A nossa média de idade da equipe titular é 28 anos, uma média boa, porque tem a experiência que dá tranquilidade, e os jovens ficam mais soltos, mas ainda vamos evoluir muito".