O Ceará anunciou a permanência do zagueiro Marcos Victor nesta quinta-feira (30). O atleta de 20 anos pertencia ao Floresta e foi adquirido por R$ 200 mil. Era o caminho natural da negociação e da parceria entre os times, mas encontrou resistência junto ao staff do jogador nos últimos dias. No fim, serviu para mostrar que a base alvinegra não resiste à pressão de empresários e, com um projeto de carreira, busca a valorização do jovem atleta.
Na resolução, Marcos Victor assinou vínculo até junho de 2025, adquirindo 60% dos diretos econômicos. “É um garoto de muito potencial e já conseguimos ver esse talento ajudando em jogos da Série A, Sul-Americana. Ele demonstrou que tem condições de vestir a camisa do Ceará. Torcemos para ele poder se desenvolver ainda mais, porque ele é um grande ativo do clube”, declarou o presidente Robinson de Castro ao site oficial do clube.
Negociação difícil
Marcos Victor foi emprestado ao Ceará em 2021, para defender o time no Brasileirão de Aspirantes e no Sub-23. Pelo grande desempenho, ascendeu ao profissional e teve situação de compra encaminhada. No entanto, os entraves se iniciaram com a troca de agente do jovem, com intermédio do empresário André Cury, de relevância nacional.
Nos bastidores, o representante indicou novas propostas e buscou recolocar Marcos Victor no mercado. O vínculo de empréstimo com o Vovô era até junho de 2021, com um contrato no Floresta até 2024.
Assim, a negociação foi travada pela mudança de postura junto ao clube cearense. Com salário acertado inicialmente, no padrão do elenco profissional, a contraproposta do staff de Marcos Victor ultrapassou o valor, superando até concorrentes da posição. O empresário também adicionou luvas para o acerto.
Foco no contrato
A pressão não surtiu efeito com o Ceará. A gestão manteve o oferecido, com opção de compra junto ao Floresta. A multa rescisória era de R$ 2 milhões para qualquer time além do Vovô, o que atrapalhou a pretensão do agente. A diretoria do Floresta também entendia o Ceará como o caminho no mercado.
Assim, funcionários das categorias de base conversaram com Marcos Victor, como o ex-técnico Juca, agora auxiliar fixo do profissional. O atleta reconheceu o cenário, entendeu que o Ceará o abriu as portas no time principal, ofereceu espaço com integração, além do plano de carreira. Deste modo, o jovem aceitou a proposta alvinegra e continou no time.
A projeção alvinegra é oferecer mais oportunidades para o defensor, que possui características diferentes para o setor, como a boa condução da bola e a qualidade no passe. O Ceará também o considera com grande potencial de revenda e tem no contrato a possibilidade de comprar mais 20% dos direitos no futuro.
O recado está claro: o Ceará é referência nacional na formação, caminho para a lapidação de grandes joias e se sustenta no trabalho sério, com contratos firmes e projeção de carreira. Hoje, não é fácil tirar as promessas alvinegras da Cidade Vozão, em Itaitinga.