Wellington Paulista, no Leão, e Vinicius, no Vovô, são as peças chave

Artilheiros de suas equipes em 2020, Wellington e “Vina” são as referências de Fortaleza e Ceará neste 2020, despontando como os principais destaques das equipes para o duelo de hoje, como também para ao longo da Série A

Legenda: Aos 37 anos, Wellington Paulista continua sendo o homem-gol no Leão, sempre mostrando oportunismo
Foto: THIAGO GADELHA

A cada início de temporada e elencos com caras novas, o torcedor geralmente imagina quem vai ser o craque do time, aquele que vai desequilibrar os jogos, fazer a diferença. Se o futebol permitisse torcida na arquibancadas neste momento (vetada por medida sanitária contra o novo coronavírus), quando a bola chegasse no craque se ouviria um frisson maior, uma expectativa crescente por um lance diferente ou um gol.

E até então, com um pouco mais de uma dezena de jogos em 2020, os “caras” de Fortaleza e Ceará são jogadores de posições diferentes, de características distintas nos esquemas táticos de seus treinadores, mas hoje igualmente artilheiros, com o mesmo número de gols marcados até então: o centroavante Wellington Paulista, no Fortaleza, e o meia armador Vinicius, no Ceará, ambos com seis gols marcados.

Com números de jogos parecidos - Vinicius, com 17, e Wellington Paulista, com 16, a amostragem de partidas e atuações já são suficientes para torna-los, as peças-chave de seus times, as referências dentro dos esquemas táticos.

Se Leão e Vovô estão com suas metas nos torneios estabelecidas, decidindo um Campeonato Cearense e duelando nas semifinais da Copa do Nordeste, hoje, em jogo único, às 21h30, no Estádio Pituaçu, em Salvador, muito se dá pela contribuição de ambos pelos resultados obtidos.

Centroavante

Aos 37 anos, Wellington Paulista é o artilheiro isolado do Leão no ano com seis gols, provando que o faro de gol está em dia, como foi uma constância em 2019.
E todas as vezes que Wellington Paulista marcou gols, o Fortaleza saiu de campo vitorioso. Foi assim contra Santa Cruz, Barbalha, Ceará e América/RN (dois gols).

Mesmo assim, para o experiente atacante ainda é pouco. “Como centroavante, eu queria mais, né!? Mas a gente sabe que tudo tem sua hora certa. A gente vai trabalhando pra buscar os espaços. O Rogério muda a cada jogo, a gente sabe que ninguém é titular absoluto no comando dele, então a gente continua trabalhando pra que possa sempre buscar o melhor a cada jogo, e sempre vou me dedicar ao máximo quando estiver dentro de campo”.

Além dos gols marcados, WP9 tem ainda duas assistências para gols, totalizando assim oito participações diretas em gols marcados pelo Tricolor neste ano.

A eficiência mantém a boa média, que já vem desde o ano passado. Em 2019, o centroavante foi o principal goleador do Fortaleza, com 15 gols marcados, sendo o artilheiro do time na Série A do Campeonato Brasileiro.
Mas se engana quem pensa que Wellington Paulista é aquele centroavante que fica parado na área esperando a bola chegar para só empurrar pras redes adversárias. Sob comando de Rogério Ceni, o atacante passou a desempenhar importante papel tático, auxiliando também na marcação, quando a equipe não tem a bola, e também participando da criação de jogadas.

“Quando o Cariús entra, quando o Orobó entra, eu procuro sair um pouco mais pra rodar a bola, porque são jogadores mais altos que eu, melhores cabeceadores, melhores pivôs que eu. Então, eu procuro sair um pouco mais pra fazer tabela, buscar o jogo, marcar um pouquinho melhor o volante”, revelou.

Meia artilheiro

Já o meia Vinícius chegou ao Ceará com a missão de substituir Thiago Galhardo, principal armador da equipe na Série A de 2019. E ele vem dando conta do recado, sendo o artilheiro do Vovô no ano, com seis gols, e também distribuindo assistências. Só na Copa do Nordeste são três.

Legenda: O meia Vinícius tem sido peça fundamental no Ceará, com seus gols e assistências
Foto: THIAGO GADELHA

Logo em seu primeiro jogo pelo Vovô, marcou diante do Frei Paulistano/SE, mas foi contra o Bahia, clube no qual tem história, que “Vina” deslanchou com a camisa do Alvinegro, marcando um golaço de fora da área.
Ele deixaria sua marca ainda contra River/PI e Barbalha, mas contra CRB e Vitória foi decisivo para o Vozão vencer.

No Ceará, Vina tem a melhor média de gols na carreira (0,35). Para efeito de comparação, ele só marcou o 7º gol dele pelo Atlético/MG no 41º jogo. Por Bahia, Náutico, Athletico/PR e Fluminense, Vinicius sempre fez gols, mas não como no início fulminante pelo Vozão, tornando-se artilheiro e peça-chave no time.
Com o recém-chegado técnico Guto Ferreira, Vinicius jogou ao lado de outro meia armador, como Felipe Silva, mas centralizado, como nos dois últimos jogos, conseguindo render mais. 

Agora com a veia goleadora, ele espera manter isso e ajudar ainda mais o Vovô. “Eu sou um cara que, no decorrer da carreira, passei a treinar mais finalização. E no Ceará, estar mais perto do gol facilita bastante, jogar perto dos atacantes. Já trabalhei com o Guto, ele sabe que gosto de jogar assim e estou me sentindo muito bem. Eu estou satisfeito em estar fazendo gols, mas também gosto de dar assistências a meus companheiros”.